terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Verbalizando, poetizando, tornando o amor em versos...


Verdades Ocultas

Estou no quarto, deitado, pensando.
Olho pra janela e vejo...
Vejo que as coisas mudaram,
O verde não é mais os mesmo.
O azul do céu não tem mais intensidade,
A brisa não me refresca mais...
O ar está abafado.
A paisagem se transformou,
A mudança, que tanto temia, vem chegando.
Olho as mãos e vejo um encalecimento.
Prostro-me diante ao espelho e noto...
Noto o tão temido envelhecimento.
A minha voz suave se perdeu de mim,
E agora me vem um forte-grave som.
O meu olhar ávido de alegria,
Continua chafurdado de tristeza; de dor.
Minha face resplandece revolta,
Em meus ouvidos ecoam um grito de liberdade.
Meu coração palpita lentamente.
Lanço o olhar ao nada e, vejo...
Vejo que as coisas que me cercam,
Estão cheias de mim.
Olho pro relógio, companheiro destemido,
O qual produz um tic-tac ensurdecedor.
As horas voam,
E como eu também queria.
Olho pra minha cama,
Lembro-me de noites mal-dormidas.
Volto à janela, olho tudo em volta.
Tudo é tão estranho,
Sem cor, disforme, sem cheiro.
Olho para a lembrança daquela árvore,
E noto que ela não está mais ali.
Agora, volto-me pra dentro de mim.
Deparo-me com minh`alma,
E penso que ela poderia ser mais bela.
É uma alma grande e quase completa,
Mas, ainda há um pequeno-grande espaço,
Entre ela e o meu coração.
Penso que o que me resta é libertar-me;
Libertar minha alma deste corpo medíocre.
Meus pensamentos andam a passos ligeiros.
E quase sempre durante este caminhar,
Esbarro num empecilho.
Volto ao mundo sensível...
Caminho rumo à porta,
Ao abrir, deparo-me com o mundo...
E ao sair, circunscrevo-me nele.

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