sábado, 7 de março de 2009

Pausa Poética...


Via Láctea


Olavo Bilac


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto ...


E conversamos toda a noite, enquanto

A via láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.


Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas?

Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"


E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas."

|P|A|U|S|A|


"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada." [ Clarice Lispector ] .

Convertei-vos e Credes no evangelho!


Esse é o lema da Campanha da Fraternidade de 2009. Talvez muitas pessoas, descrentes por ver o rumo que o mundo esta tomando, até ache utópica essa idéia de buscar a paz, construir a paz, fazer a paz acontecer.
Vivemos num mundo violento, onde cada vez mais nos sentimos desprotegidos e inseguros. O ser humano se animalizou.Mas quem já não disse, silenciosamente, ou, até, em alta voz: Paz! Eu quero paz. Quero ficar em paz! Eu só queria um pouquinho de paz!Estas expressões manifestam uma súplica por algo que é fundamental para nossa existência: o afastamento dos conflitos opressivos, angústias sem alternativa, turbulências que não permitem o repouso do espírito e agonias que obscurecem as situações de alegria e felicidade. Mas, o que é paz? De forma simples, poderíamos dizer que paz é o estado ou condição em que se consegue estar bem. E o que é, então, estar bem? Estar bem é não ser impedido de manifestar o pensamento livre e a individualidade responsável. É não ter o corpo sacrificado com a violência da fome e a agressão da doença sem socorro. Estar bem é ser livre da crueldade e da tortura, degradação brutal do local onde vivo ou, ainda, o padecimento provocado pela não convivência com aqueles a quem amo.
Estar bem é não ser vitimado pela falta de trabalho, não ser humilhado pela ausência de estudo, não ser desprovido de um laser sadio. Estar em bem é não ser moralmente ferido pela discriminação de qualquer tipo, nem violentado pelo embaraço traumático de minha religiosidade e liberdade. Estar em bem, em suma, é não deixar que sufoquem o meu sonho de construir uma sociedade justa e fraterna.
Estar em paz é ser livre. Mas, e os milhões de irmãos que vivem à margem da sociedade, em profundo estado de miséria, sem nenhum horizonte a sua frente? Esses irmãos não são livres. Eles não têm escolhas.
Se estar em paz é ser livre, então estamos ainda muito longe dessa realidade.
Paz é fruto da justiça. Não há paz individual. Portanto está errado dizer que "a minha liberdade acaba quando começa a do outro". Na verdade a minha liberdade acaba quando acaba a do outro. Minha paz acaba quando acaba a do outro. Ou lutamos para que haja paz em toda sociedade, ou ninguém poderá viver em paz. Se houver um irmão com fome, ninguém terá a alegria de experimentar a verdadeira paz.
Enquanto houver uma criança sem escola, sem família sem laser, ninguém poderá dizer que está em paz. Enquanto um pai de família viver a humilhação de não poder trazer o pão de cada dia para mesa de seus filhos, ninguém poderá estar em paz.
Então, para que possamos vislumbrar a paz é preciso que lutemos por mais justiça em nossa sociedade. É da justiça que brota a paz. É do respeito pelos direitos humanos que surge a verdadeira fraternidade. Da fraternidade nasce a paz e a segurança.
Luiz Felipe Pererira de Melo.
Recife, 07/03//2009.

Virou Notícia (fonte: http://cancaonova.com)

Declaração da CNBB sobre o caso da gravidez da menina em PE


A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunida em Roma nestes dias, divulgou ontem, 6, uma nota sobre o caso da menina de nove anos que em Pernambuco, há três anos vinha sofrendo violência sexual por parte de seu padrasto, tendo sido por ele estuprada, do que resultou uma gravidez de gêmeos.
Na declaração a CNBB diz que, "acompanha perplexa, como toda a sociedade brasileira, a notícia da menina". "Repudiamos veementemente este ato insano e defendemos a rigorosa apuração dos fatos, e que o culpado seja devidamente punido, de acordo com a justiça", precisa a Nota.Os Bispos lamentam na Nota o fato de que "este não seja um caso isolado. Preocupa-nos o crescente número de atentados à vida de crianças, vítimas de abuso sexual. Neste contexto, a Igreja se faz solidária com esta e com todas as crianças vítimas de tamanha brutalidade, bem como com suas famílias".
"A Igreja, em fidelidade ao Evangelho, se coloca sempre a favor da vida, numa condenação inequívoca de toda violência que fere a dignidade da pessoa humana", segue. A CNBB assumiu o pronunciamento feito pelos Bispos do Regional Nordeste 2, que acabam de se manifestar sobre esse doloroso acontecimento: "diante da complexidade do caso, lamentamos que não tenha sido enfrentado com a serenidade, tranqüilidade e o tempo necessário que a situação exigia. Além disso, não concordamos com o desfecho final de eliminar a vida de seres humanos indefesos".
Assinam a Nota, o Arcebispo de Mariana e Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha; o Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário Geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa; e o Arcebispo de Manaus e Vice-Presidente da CNBB, Dom Luiz Soares Vieira.

Hoje, 07 de março do ano da graça de 2009 AD: Dia de Santas Perpétua e Felicidade!




Senhora e escrava, Perpétua e Felicidade sofreram a prisão juntas, na fé e na solidariedade, no ano de 203, na África do Norte.


O imperador Severo, também de origem africana, havia decretado a pena de morte para os cristãos. Perpétua era de família nobre, filha de pai pagão, tinha vinte e dois anos e um filho recém-nascido. Sua escrava, Felicidade, estava grávida de oito meses e rezava diariamente para que o filho nascesse antes da execução e obteve essa graça. Isso aconteceu num parto de muito sofrimento, dois dias antes de serem levadas à arena, para as feras famintas.


Perpétua escreveu um diário na prisão, onde relata todo o sofrimento de que foram vítimas e que figura entre os escritos mais realistas e comoventes da Igreja. Além de descrever os horrores da escuridão e a forma selvagem como eram tratadas no calabouço, ela narrou como seu pai a procurou na prisão, com autorização do juiz, para tentar fazê-la desistir da fé em Cristo e assim salvar sua vida. Mas ambas, senhora e escrava, mantiveram-se firmes, também como outros seis cristãos que se tornaram seus companheiros no martírio.


Elas que ainda não tinham sido batizadas fizeram questão de receber o sacramento na prisão, para reafirmar suas posições de cristãs e, em nenhum momento sequer, pensaram em salvar as vidas negando o cristianismo.



Segundo os escritos oficiais que complementam o diário de Perpétua, os homens foram despedaçados por leopardos.


Perpétua e Felicidade foram degoladas, depois de atacadas por touros e vacas. Era o dia 07 de março de 203. Perpétua viveu a última hora dando extraordinária prova de amor e de tranqüila dignidade. Viu Felicidade ser abatida sob os golpes dos animais, e docemente a amparou e a suspendeu nos braços; depois recompôs o seu vestido estraçalhado, demonstrando um genuíno respeito por ela. Esses gestos geraram na população pagã, um breve momento de comoção piedosa. Mas por poucos segundos, pois a vontade da massa enfurecida prevaleceu, até ver o golpe fatal da degolação.


Pelo martírio, Perpétua e Felicidade entram para a Igreja, que as veneram nesse dia com as honras litúrgicas.


Pérpetua e Felicidade, rogai a Deus por nós!

"Sofre as demoras de Deus, dedica-te a Deus, espera com paciência" (Eclo 2,3).


Quando iremos aprender que somente pelas nossas forças nunca conseguiremos chegar a nenhum lugar?Antes de mais nada, nós precisamos nos aceitar atualmente como somos, com nossas faltas, fraquezas, problemas, inseguranças, e acreditar que o plano de Deus a nosso respeito é maior do que tudo o que tem acontecido conosco, hoje.Não desanime diante das situações que parecem impossíveis de serem resolvidas; tenha paciência. A paciência que sabe esperar e deixar com que Deus molde sua vida, no tempo d´Ele.Quantas vezes Deus tem de ser paciente com você, com sua infidelidade, com sua falta de caridade? Mas Ele não desiste de ir ao seu encontro. Então, não desista de ir ao encontro dEle também. O Senhor o espera hoje, agora mesmo, com os braços abertos e cheios de amor para o acolher.


Sofrer não significa somente dor, mas, uma experiência de Deus... O nosso sofrimento torna-se ameno quando o experimantamos em Deus!