domingo, 22 de março de 2009

Pausa Poética...

“Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma./ A alma é que estraga o amor./ Só em Deus ela pode encontrar satisfação. / Não noutra alma. / Só em Deus — ou fora do mundo. / As almas são incomunicáveis./ Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. / Porque os corpos se entendem, mas as almas não.” (Manuel Bandeira).

Frases da Semana...

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que às vezes poderíamos ganhar pelo medo de tentar." [ William Shakespeare ]

"Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos..." [ William Shakespeare ]

"Sou escravo pelos meus vícios e livre pelos meus remorsos." [ Jean-Paul Sartre ]

"Um amor, uma carreira, uma revolução: outras tantas coisas que se começam sem saber como acabarão." [ Jean-Paul Sartre ]

"Resolve fazer o que deves, e não deixes de fazer o que tiveres resolvido." [ Benjamin Franklin ]

"Há homens que enlouquecem por quererem saber muito. Mas quem me aponta um só que tenha enlouquecido por querer ser bom?" [ Benjamin Franklin ]

Deus nos fala!


"Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos céus, em virtude de nossa união com Jesus Cristo. Assim, pela bondade que nos demonstrou em Jesus Cristo, Deus quis mostrar, através dos séculos futuros, a incomparável riqueza de sua graça.

Com efeito, é pela graça que sois salvos, mediante a fé. E isso não vem de vós; é dom de Deus! Não vem das obras, para que ninguém se orgulhe. Pois é ele quem nos fez; nós fomos criados em Jesus Cristo para as obras boas, que Deus preparou de antemão, para que nós as praticássemos."


(Efésios 2, 6-10).

|P|A|U|S|A|

"Não podemos julgar a cruz do próximo,pois cada um tem um peso diferente" (Antônio Isaías de Abrão).

Alegrai-vos! É chegado tempo oportuno, o 'kairós'...


Hoje a liturgia nos convida a nos alegrar porque se aproxima a Páscoa, o dia da Vitória de Cristo sobre o Pecado e sobre a Morte... Eis que um novo tempo está próximo! A antífona inicial resume, pois, toda a centralidade da nossa celebração de hoje: Alegrai-vos - é o Senhor da Justiça que nos convida - pois a Festa das festa está mais próxima!





No meio da Quaresma, na metade do caminho para a a Celebração da Ressurreição do Senhor, a Igreja nos convida à alegria pela aproximação da Santa Páscoa. Daí hoje a cor rosácea (um tom amis leve) e as flores na igreja. “Alegra-te, Jerusalém!” – Jerusalém é a Igreja, é o Povo santo de Deus, o Novo Israel, é cada um de nós... Alegremo-nos, apesar das tristezas da vida, apesar da consciência dos nossos pecados! Alegremo-nos, porque a misericórdia do Senhor é maior que nossa miséria humana!




Inspirandos na primeira leitura da liturgia de hoje, que narra o convite ao povo exilado para regressar a Jerusalém e reconstruir o templo do Senhor, todos nós somos convidados a refletir sobre o regresso à nossa terra, é-nos feito um audacioso convite, retornar às nossas origens e, evocando o Poverello de Assis, "pois pouco ou nada fizemos".




Não muito diferente da realidade do povo da Antiga Aliança, essa também é a nossa. Somos infiéis e incapazes de propagar esse Deus que nos retirou da condição de escravos e nos deu uma nova vida. Já deveríamos ter visto isso claramente a essa altura da Quaresma! É trágico, na primeira leitura, o resumo que o Livro das Crônicas traçou da história de Israel: “Todos os chefes dos sacerdotes e o povo multiplicaram suas infidelidades, imitando as práticas abomináveis das nações pagãs. O Senhor Deus dirigia-lhes a palavra por meio de seus mensageiros, porque tinha compaixão do seu povo. Mas, eles zombavam dos enviados de Deus, até que o furor do Senhor se levantou contra o seu povo e não teve mais jeito”. Com estas palavras dramáticas, o Autor sagrado nos explica o motivo do terrível e doloroso exílio da Babilônia: Israel fez pouco de Deus, virou-lhe as costas; por isso mesmo, foi expulso do aconchego do Senhor na Terra que lhe fora prometida, perdeu a liberdade, o Templo, a Cidade Santa, e tornou-se escravo no Exílio de Babilônia. Aqui aparece toda a gravidade do pecado, que provoca a ira de Deus! É sempre essa a conseqüência do pecado: o exílio do coração, a escravidão da vida!




Mas, ao mesmo tempo, e diria até de forma paradoxal, Deus em sua infinita misericórdia, Se-nos dá através de seu único Filho, O qual Ele pôs todo o seu agrado... "Deus é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo. E por graça que vós sois salvos"! Assim nos fala o apóstolo Paulo na segunda leitura... A misericórdia do Plano Salvífico de Deus se concretiza em Jesus Cristo. Como também diz São Paulo, "é pela graça que nós fomos salvos" e, é este o motivo de nossa alegria... Fomos salvos pois Deus lançou suas vistas sobre as nossas misérias, se compadecendo de nós, nos deu a vida de seu Filho... O perfeito sacríficio, a própria imolação pascal.!




Fica assim evidente a atitude que deve ter o homem diante dos acontecimentos que vive e dos quais é protagonista. Deve saber colher, em sua fatualidade, a "palavra" de Deus. Fazer a verdade é compreender esta palavra. Crer em Cristo é receber a luz que dá sentido ao que acontece. Isto não é uma conquista nossa, é um dom de Deus, dom que, fazendo-nos compreender sua vontade, salva-nos (evangelho e 2ª leitura). Toda a nossa vida e a história adquirem sentido, definem um plano que se realiza no tempo.




O relato evangélico, em consonância com as leituras anteriores, vem nos comunicar sobre o Amor... São João, considerado o evangelista do amor, é aquele que tão sabiamente define Deus como sendo "amor". O Senhor, com palavras comoventes, explica a Nicodemos a sua missão: “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho unigênito, para que não morra todo aquele que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. Eis aqui, a chave de interpretação de toda a Liturgia da Palavra de hoje... Alegremo-nos, pois, Deus nos deu seu Filho para que nós não morréssemos...




Porque “estávamos mortos por causa de nossos pecados”, Deus, na sua imensa misericórdia, nos deu a vida no seu Filho único. Vede, irmãos: há duas realidades que são bem concretas na nossa existência. Primeiro, a realidade do nosso pecado. Nesta metade de caminho quaresmal, é preciso que tenhamos a coragem de reconhecer que somos pecadores, que temos profundas quebraduras interiores, paixões desordenadas, desejos desencontrados que combatem em nós... Quantas incoerências, quantos fechamentos para Deus e para os outros, quantas resistências à graça, quantas máscaras!




É preciso que nos libertemos, pois, de tudo aquilo que nos impede de bem celebrarmos a Páscoa do Senhor, para que não mais sejamos os mesmos, porém, novas criaturas!




Também hoje há quem lamente a destruição dos privilégios - das instituições cristãs -, e não saiba ver o valor profundo dessa situação, suscetível de uma leitura aberta e cheia de esperança. Se a Igreja não goza mais de privilégios e atenções, se caminhamos para uma situação de "diáspora", e o momento da fidelidade interior (talvez obscura), do apoio que vem não mais de uma sociedade cristã, mas de pequenas comunidades que encontram sua força na meditação da palavra de Deus. É uma esperança lúcida e penosa numa nova primavera da Igreja, cujo tempo e cujas modalidades cristão nas mãos de Deus.



Neste ano em que a Igreja do Brasil nos convida à reflexão sobre Segurança Pública, precisamos perceber que, como canta o hino da CF:


"É vão punir sem superar desigualdades; É ilusão só exigir sem antes dar. Só na justiça encontrarás tranquilidade; Não-violência é o jeito novo de lutar."


Desarmemos, pois, os nossos corações e, inspirados pelo Espírito da Verdade, possamos nós chegarmos à Pascoa de Jesus transformados pelo amor... Amor este que é evidenciado no ato de entrega do Cristo na cruz, onde, ela - a cruz - foi o trono que Jesus possuiu aqui na terra.




Recordemos que hoje, no Evangelho, após mostrar o imenso amor de Deus pelo mundo, a ponto de entregar o Filho amado, Jesus nos previne duramente: "Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito”. Ora, caríssimos, acreditar no nome de Jesus não é aderir a uma teoria, mas levá-Lo a sério na vida pelo esforço contínuo de conversão à sua Pessoa divina e à sua Palavra Santa!


Crede, irmãos, crede, irmãs! Crede não com palavras vãs! Crede com o afeto, crede com o coração, crede com os lábios, mas, sobretudo, crede com as mãos, com os vossos atos, com a prática da vossa vida! De verdade creremos na medida em que de verdade nos abrirmos para a sua luz; pois “o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz”.


Coragem! Ponham-se a caminho! Olhem o futuro com esperança, confiem nas promessas de Deus e vivam na sua Verdade... Alegrem-se, não esmoreçam!


Que o Senhor nos dê a graça de ver realisticamente nossos pecados, reconhecê-los humildemente e confessá-los sinceramente, para celebrarmos verdadeiramente a Páscoa que se aproxima e dela participar eternamente na glória do céu.



Luiz Felipe P. de Melo.


IV DOMINGO DA QUARESMA; ANO B

22 de março de 2009.

Evangelho de Domingo - Jo 3, 14-21





† Dominus Vobiscum!





Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 14"Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer; mas tenha a vida eterna.

17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.

19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram mas. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas, quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus. - Palavra da Salvação!

Hoje é Domingo: O dia do Senhor!



"Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações" (Is 66, 10-11).