Como me é
difícil entender os inescrutáveis desígnios de Deus; como me são incalculáveis
os mistérios de seu infinito Amor; como me é sofrível as perdas e as quedas...
Mas, quem me
prometeu facilidades? Quem haveria de ter me enganado? Ele apenas fitou-me, e
seu convite suou como voz imperativa: “-Segue-me!”. Eis que, assim sucedeu-se!
Difícil, num primeiro momento, entender como tudo aconteceu: Ele mesmo foi
preparando o caminho, fez-se Caminho, pôs-se a caminho.
Quanto a mim, apenas
deixei-me seduzir! Arrebatadora experiência! Loucura de amor! Hoje, não sei
mais discernir o que em mim pertence a Ele e o que, de fato, pertence-me: sou
todo d’Ele!
Por entre as
estradas da vida, dei-me conta de que Ele nunca havia me abandonado: surpreendente
conclusão: Ele me ama! Quanto a mim, apenas uma única exigência: fidelidade! É
isso que de seu coração bondoso emana, é isso que insistentemente Ele suscita
em minha vida!
Como entender
a Palavra que diz que ‘para tudo há um tempo’ (cf. Ecl. 3, 1), se tão difícil é
relacionar-se com essa dinâmica “A-temporal”? Sim! Porque falo de algo que está
aquém do tempo; algo que está para a Eternidade, longe dos moldes e parâmetros
de nossa fugaz existência! Deus mesmo é quem intervém. É Deus quem escolhe,
capacita e envia!
Porém, diante
de tudo isso, como não perecer? Como não vir a turvar o coração em lágrimas de
desespero e aguardar no silêncio da oração a misteriosa ação do Espírito?
Somente rezando, dobrando os joelhos, colocando-se aos pés da Virgem, pois Ela
nos ajuda a melhor compreender a nossa vocação.
“Meu filho, se entrares
para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua
alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e
acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre
as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no
derradeiro momento tua vida se enriqueça” (Eclo. 2, 1-3)
<< sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência,>> tão claro, tão preciso, tão profundo e perfurante. No sofrer, constância! É pelo fogo que se conhece a prata.
Oh, Jesus, que me escolhestes,
olhai compassivo para este vassalo vosso
e ponde em mim os olhos de vossa paternal
misericórdia!
Maria Santíssima, Mãe e Mestra das Vocações,
acolhe-me entre os teus filhos e escravos de amor!
Luiz Melo.
08.01.2012