segunda-feira, 17 de maio de 2010

Desejando...

O que hoje escrevo é fruto de uma historicidade, de fatos e hábitos, de sensações e emoções. Escrevo para registrar meus pensamentos, minhas paixões. Penso que mais tarde eu venha a ler o que escrevi e não mais terá sentido, pois a mola propulsora que me fez colocar-me sobre este papel (sobre esta tela) enferrujou, a ação do tempo a desgastou e ela não mais possui forças sobre meu consciente.

Transcrevo para uma realidade metalinguística a experiência dos sofrimentos passados. Como ainda está sendo difícil deixar de pensar em você... Está tão entranhado em mim mesmo que, por enquanto, tudo o que eu faça para tirar você de mim, escavo ainda mais a fissura ôntica na qual momentâneamente te abrigastes. Talvez eu seja poético demais, porém, o sou por vocação do espírito.

É fato que minha história de vida é constituída por sofrimentos, por decepções, todavia, não estou convencido que sofrer seja a minha meta, nem tampouco a morte, como alguém já dissera. Sou um ser que busca a liberdade. Quero viver em estado de liberdade. Quero viver em estado de liberdade, como uma águia ágil que se lança na imensidão do céu azul a rasgar os sete véus do infinito. Quero fazer a experiência do barco que, com sua íngreme rasga nas águas sua existência, que abre e se expande, mas, e ao mesmo tempo se lança na infinita impossibilidade de se perder de si e incorporar-se ao cenário mar-céu, perdendo-se em meio ao horizonte.

Não posso e nem quero passar uma borracha no que vivi, contudo, quem me dera parar a cronologia e no instante que parecias retido em mim, eternizar-te com o sinal de meu sentimento. Porém, como não posso, apenas lamento. Lamento o fato de ter alimentado possibilidades, de ter buscado enxergar na escuridão de teus sentimentos uma razão de ser, uma luz. Enganei-me! Cruelmente deixei-me seduzir pelo teu silêncio que ratificava aquilo que eu mais desejava. Impossível voltar atrás, difícil seguir em frente! Como canta a canção, todas as vezes que tento te esquecer, avivo ainda mais a memória de sua face. Busco preenche meus pensamentos com tantas coisas, com várias coisas, mas, me dou conta que continuo a sofrer.

As lágrimas que não escorrem em meu rosto, encharcam meu coração com a taquicardia que me impulsiona a tirar você do pensamento. Ahr! Que sofrimentos! Coisa pior não sentia há tempos... Encerro por hoje, esperançoso de que não mais sentirei necessidade de trazer para o papel (para a tela deste computador) as minhas agruras, os meus desesperos por tua culpa.




Luiz Felipe P. de Melo.
(Durante a aula de Filosofia da Mente; 17/05/2010)