quinta-feira, 26 de abril de 2012
Sou contradição
Sou desassossego.
Se em mim procuras conforto,
Iludidamente te enganarás.
Sou negação.
Se em mim busca se afirmar,
Primeiro, negue-se a si mesmo.
Sou mistério.
Se pensas em me apreender,
Sórdidos são os teus sentidos.
Sou dificuldade.
Se sonhares em me reter,
Te frustrarás ao saber que te é impossível.
Sou impossibilidade.
Se pretendes desvendar-me,
Aconselho-te: desista!
Sou quiçá,
Um pouco do que já fiz
Do que já fizeram de mim.
Sou momento.
Parcela inexorável e inalienável,
Do passado e do tempo.
Sou ânsia.
Há em mim confusos desejos,
Certeza absoluta do céu!
Sou memória.
Reunião de atos e fatos,
Promissora aventura.
Sou notório.
Contraditoriamente amante,
Inexplicavelmente amável.
Sou destruição.
Há em mim um campo minado,
Retalhos e destroços.
Sou doente.
Cativo, mas, sou exigente.
Se queres, vem e segue-me.
Sou bem mais do que aparência.
Nítido desejo,
Pura consciência.
Sou irracional.
Meramente emocional,
Por vezes, reacional.
Luiz Felipe P. de Melo
Recife-PE, 26 de abril de 2012.
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