segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Música do dia...




Una notte di sudore
sulla barca in mezzo al mare
e mentre il cielo si imbianca già,
tu guardi le tue reti vuote.
Ma la voce che ti chiama
un altro mare ti mostrerà
e sulle rive di ogni cuore,
le tue reti getterai.

Offri la vita tua
come Maria ai piedi della croce
e sarai servo di ogni uomo,
servo per amore, sacerdote dell'umanità.

Avanzavi nel silenzio
fra le lacrime e speravi
che il seme sparso davanti
a Te cadesse sulla buona terra.
Ora il cuore tuo è in festa
perché il grano biondeggia ormai,
è maturato sotto il sole,
puoi riporlo nei granai...

Deus nos fala!



"O Senhor me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome.E fez a minha boca como uma espada aguda, com a sombra da sua mão me cobriu; e me pôs como uma flecha limpa, e me escondeu na sua aljava; e me disse: Tu és meu servo; és Israel, aquele por quem hei de ser glorificado" (Is. 49, 1-3).

Tornado a vida em versos...




Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

— Em que espelho ficou perdida a minha face?


(Cecília Meireles)

|P|A|U|S|A|




"O coração tem razões que a própria razãodesconhece" ( Pascal).



"Não há nada que esteja menos sob o nosso domínio que o coração, e, longe de podermos comandá-lo, somos forçados a obedecer-lhe." ( Sartre ) .

Estou pensando em Deus...










"Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus;prostrado de joelhos diante da vossa




Divina Presença,Vos peço e suplico com o mais ardente fervor,que imprimais no meu coração




vivos sentimentos de fé,esperança e caridade,e um verdadeiro arrependimento dos meus




pecados,com vontade firmíssima de os emendar;enquanto eu, com grande afecto e dor de




alma,considero e medito nas vossas Cinco Chagas,tendo diante dos olhoso que já o Santo Profeta




David dizia por Vós,ó bom Jesus: "Traspassaram as minhas mãose os meus pés, e contaram




todos os meus ossos".

Hoje, dia 17 de fevereiro do ano da graça de 2009 AD: Dia de Santo Aleixo Falconieri!




Aleixo nasceu em 1200 na cidade de Florença, Itália. Era filho de Bernardo Falconieri, um príncipe mercante florentino, e um dos líderes daquela república. A cidade vivia em luta. Brigavam pelo poder duas famílias poderosas: os Guelfi e os Ghibelini. A família Falconieri pertencia ao partido dominante dos Guelfi.


Nesta época, Aleixo era um jovem comerciante influente, nobre, rico, inteligente e alegre, que resolveu crescer acima deste mundo material. Ele tinha uma conduta cristã exemplar, era muito piedoso e devoto da Virgem Maria. Junto com seis amigos, ligados por uma estreita amizade fraterna, formaram um grupo que se encontrava para rezar e cantar "laudas" para Maria.


Aos 15 de agosto de 1233, os sete: Bonfiglio, Bonaiuto, Amadio, Ugocio, Sostenio, Manejo e Aleixo, estavam reunidos rezando diante da imagem da Virgem quando ela se mexeu. Depois, na volta para casa Nossa Senhora apareceu vestida de luto chorando e, disse que a causa de sua tristeza era a longa guerra civil daquela cidade.


Decidiram abandoar tudo e fundaram a "Ordem dos Servidores de Nossa Senhora", ou Servitas, em monte Senário, perto da cidade. Vestiram-se de preto em reverência à Virgem de luto e adotaram a Regra de Santo Agostinho.


A ordem foi aceita pelo Vaticano e os fundadores foram consagrados sacerdotes, menos Aleixo que se recusou a vestir o hábito. Aleixo possuía uma humildade infinita. Na gruta em que vivia no monte Senário, tinha momentos de profunda comunhão espiritual com a Virgem Maria e seu Filho Redentor. Saia do seu retiro apenas para pedir e mendigar a caridade para os necessitados e para rezar na pequena capela de Nossa Senhora situada na beira da estrada. Sua vida foi austera e sincera de eremita penitente. As roupas eram as mais pobres, o leito era de tábuas ásperas e sem cobertores. Comia pouquíssimo, permanecendo em constante oração.


Assim era o sincero e humilde irmão Aleixo, que mesmo vivendo mais de cem anos, nunca se sentiu digno o suficiente para representar o Pai Eterno através da ordenação sacerdotal. Aleixo era responsável pelo setor financeiro e administrativo das várias casas da ordem que surgiram na Itália, tendo vivido em todas elas.


Em 1252, a igreja nova em Cafagio, nos arredores de Florença, foi terminada sob seu cuidado, e totalmente financiada pelas famílias dos Guelfi e os Ghibelini. Ele transformou aquela pequena igreja em que ia rezar à beira da estrada, numa grande igreja dedicada a Nossa Senhora das Dores, dando origem ao seu culto que se propagou entre os cristãos do mundo inteiro. Foi diretor espiritual de muitos vultos do clero, que se tornaram santos, como sua sobrinha: Santa Juliana Falconieri.


Em 1304, quando a Santa Sé aprovou oficialmente a "Ordem dos Servidores de Maria" apenas Aleixo ainda estava vivo. A tradição diz que antes de morrer ele ficou rodeado de anjos e recebeu a visita de Cristo, na figura de menino, que lhe oferecia uma coroa de ouro.


Com cento e dez anos, ele morreu sereno no dia 17 de fevereiro de 1310 em monte Senário. Ele foi beatificado oito anos antes que os outros seis fundadores. Em 1888, todos foram canonizados juntos, para assim serem cultuados no dia da morte de Santo Aleixo Falconieri.

Paixão, o que será?




Do ponto de vista filosófico, tanto o amor, quanto a paixão e a amizade podem ser definidas como tendências proveninetes da sensibilidade, as quais são capazes de nos "transportar" para um ser ou um objeto reconhecido ou sentido como sendo um bem. Ou, tal como disse Descartes: "o amor é uma emoção da alma causda pelo movimento dos espírito vitais que leva a unir-se voluntariamente aos objetos os quais lhes parecem ser convenientes". Todavia, vale ressaltar que, paixão; amor e amizadese distiguem.




Por exemplo, os gregos foram bastante sábios quanto a percepção distinta de três significações para a palavra amor. "Phylya" (amor fraterno); "Eros" (amor carnal) e por fim, o "Ágape" (amor divino). Contrariamente, a palavra paixão vem do latim, "passion", que quer dizer 'sofrimento', por isso a "Paixão de Cristo".




Agora, podemos nos questionar: Por que, então, falar de sentimentos tão subjetivos? Não somente nos basta vivê-los? A minha resposta é não! Em qualquer que seja o momento histórico-existencial, o amor tal com a paixão entre duas pessoas é algo bastante complexo de ser explicado e, sobretudo, de vivenciar, experimentar.




Existem, atualmente, distintas correntes para as quais a grande dificuldade que se impõe é a de conceituar, ou melhor, diferenciar o amor da paixão. Tanto na filosofia, quanto na psicologia e sociologia existem diversos expoentes que tentam chegar à argumentos plausíveis acerca de tal compreensão. Um deles é o sociólogo Francesco Alberioni. A paixão, segundo ele, seria entendida como uma revelação, uma fulgração que transforma toda a nossa vida. Pois bem, nesse sentido, a paixão, é pois, o advento do 'extraordinário' o qual nos retira da tranquilidade - aparente - da nossa vida e de nosso existir, onde, os chamados "laços afetivos" encontram-se já consolidados, e nos lançam ao predomínio tirânico e fictício. Em outras palavras, somos lançados para fora de nós mesmos, afim de nos encontrarmos no outro; sendo o outro a nossa completude (nem que seja naquele instante). A paixão, entendida dessa forma, é a transfiguração da qualidade de ser e estar, mais da qualidade de estar do que a de ser; é o que nos leva alterar de modo significativo a nossa vivência, ou seja, o nosso modo de ser e agir. Hoje fala-se até numa ética passional, sobretudo, ligada à uma espécie de fetiche, de 'sado-masoquismo'.




Ainda, segundo a acepção de Alberioni é um "estado nascente" que pode levar uma pessoa a descobrir outra, ou tão somente descobrir ideais comuns, os quais a façam ligar-se à uma pessoa, grupo ou movimento. Desse modo, a paixao aqui é tida como um impulso vital, o qual suscita em nós o ardente desejo de explorar todos os possívei de nosso existir, que faz-nos des-cobrir, tirar o véu, des-velar emoções intensas, ativando, assim, a nossa imaginação, tornando-nos mais dinâmicos, pro-ativos.




Por fim, gostaria de evocar Voltaire:




As paixões são como as ventanias que enfunam as velas dos navios: algumas vezes os submergem , mas sem elas não podem navegar.




Luiz Felipe P. de Melo.


Madrugada de 17 fevereiro de 2009.