segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Paixão, o que será?




Do ponto de vista filosófico, tanto o amor, quanto a paixão e a amizade podem ser definidas como tendências proveninetes da sensibilidade, as quais são capazes de nos "transportar" para um ser ou um objeto reconhecido ou sentido como sendo um bem. Ou, tal como disse Descartes: "o amor é uma emoção da alma causda pelo movimento dos espírito vitais que leva a unir-se voluntariamente aos objetos os quais lhes parecem ser convenientes". Todavia, vale ressaltar que, paixão; amor e amizadese distiguem.




Por exemplo, os gregos foram bastante sábios quanto a percepção distinta de três significações para a palavra amor. "Phylya" (amor fraterno); "Eros" (amor carnal) e por fim, o "Ágape" (amor divino). Contrariamente, a palavra paixão vem do latim, "passion", que quer dizer 'sofrimento', por isso a "Paixão de Cristo".




Agora, podemos nos questionar: Por que, então, falar de sentimentos tão subjetivos? Não somente nos basta vivê-los? A minha resposta é não! Em qualquer que seja o momento histórico-existencial, o amor tal com a paixão entre duas pessoas é algo bastante complexo de ser explicado e, sobretudo, de vivenciar, experimentar.




Existem, atualmente, distintas correntes para as quais a grande dificuldade que se impõe é a de conceituar, ou melhor, diferenciar o amor da paixão. Tanto na filosofia, quanto na psicologia e sociologia existem diversos expoentes que tentam chegar à argumentos plausíveis acerca de tal compreensão. Um deles é o sociólogo Francesco Alberioni. A paixão, segundo ele, seria entendida como uma revelação, uma fulgração que transforma toda a nossa vida. Pois bem, nesse sentido, a paixão, é pois, o advento do 'extraordinário' o qual nos retira da tranquilidade - aparente - da nossa vida e de nosso existir, onde, os chamados "laços afetivos" encontram-se já consolidados, e nos lançam ao predomínio tirânico e fictício. Em outras palavras, somos lançados para fora de nós mesmos, afim de nos encontrarmos no outro; sendo o outro a nossa completude (nem que seja naquele instante). A paixão, entendida dessa forma, é a transfiguração da qualidade de ser e estar, mais da qualidade de estar do que a de ser; é o que nos leva alterar de modo significativo a nossa vivência, ou seja, o nosso modo de ser e agir. Hoje fala-se até numa ética passional, sobretudo, ligada à uma espécie de fetiche, de 'sado-masoquismo'.




Ainda, segundo a acepção de Alberioni é um "estado nascente" que pode levar uma pessoa a descobrir outra, ou tão somente descobrir ideais comuns, os quais a façam ligar-se à uma pessoa, grupo ou movimento. Desse modo, a paixao aqui é tida como um impulso vital, o qual suscita em nós o ardente desejo de explorar todos os possívei de nosso existir, que faz-nos des-cobrir, tirar o véu, des-velar emoções intensas, ativando, assim, a nossa imaginação, tornando-nos mais dinâmicos, pro-ativos.




Por fim, gostaria de evocar Voltaire:




As paixões são como as ventanias que enfunam as velas dos navios: algumas vezes os submergem , mas sem elas não podem navegar.




Luiz Felipe P. de Melo.


Madrugada de 17 fevereiro de 2009.


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