segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Infante

















Ai! Que saudade da minha inocência primeira
Que a delonga dos anos não traz mais!
Saudades do tempo de criança quando brincava
De ser adulto sem compromisso algum!
Hoje também brinco.
Brinco de ser criança, descompromissando-me!
Brincava outrora de ser adulto,
Fugindo da candura
Que me era peculiar.
Brincando, eu brinquei de ser gente.
Hoje, brincando,
Na verdade eu só queria ser inocente.
Talvez seja isso,
O que venha a fazer:
Fugindo, fugi de mim mesmo.
Agora, tarde demais,
Encontrei-me sem querer.
Desfiguradamente,
Nem sei mais quem sou.
Apenas sei
Que um dia eu não amei
Quem antes me amou.


Luiz Felipe P. de Melo.
Segunda-feira/ 29 de agosto de 2011.