terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Música do dia...



Vem, Senhor Jesus


O coração já bate forte ao te ver


A tua graça hoje quero receber


Sem a benção do Senhor não sei viver


Vem, Senhor Jesus


Olhar o povo ao teu redor me faz lembrar


A multidão lá no caminho a te esperar


Vem ó Santo de Israel


Passar também neste lugar



É o Rei!

À nossa frente está

É feliz quem o adorar

É Jesus, o nosso mestre,e Rei

Bem aqui, tão perto se deixa escontrar

Diante do Rei dos reis todo joelho se dobrará...

Pausa Poética...

"Há pessoas que amam o poder, e outras que tem o poder de amar." [ Bob Marley ]

Tornado a vida em versos...




A. S. Francisco Tomando o Poeta o Habito de Terceyro



Ó magno serafim, que a Deus voaste
Com asas de humildade, e paciência,
E absorto já nessa divina essência
Logras o eterno bem, a que aspiraste:

Pois o caminho aberto nos deixaste,
Para alcançar de Deus também clemência
Na ordem singular de penitência
Destes Filhos Terceiros, que criaste.

A Filhos, como Pai, olha queridos,
E intercede por nós, Francisco Santo,
Para que te sigamos, e imitemos.

E assim desse teu hábito vestidos
Na terra blasonemos de bem tanto,
E depois para o Céu juntos voemos.




(Gregório de Matos).

Estou pensando em Deus...




"Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?
Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm. 8, 35-39).

|P|A|U|S|A|


Em meio ao corre-corre do dia-a-dia, por vezes, não me dou conta da grandiosidade de Deus que se revela nos pequenos fatos; em pequenos-grandes sinais os quais dão testemunham de sua contínua presença e de seu infinito amor...

Dia 18 de fevereiro de 2009: Bem Aventurado Fra Angélico!




João de Fiesole ou Fra Angélico


Guido de Pietro, nasceu em 1387, na cidade de Mugelo, na Toscana, Itália. Até o final da juventude foi pintor de quadros na cidade de Florença, quando se decidiu pela vocação religiosa.


Em 1417, ingressou na congregação de São Nicolau, onde permaneceu por três anos. Depois, junto com seu irmão Bento, foi para o convento dominicano de Fiesole, no qual se ordenou sacerdote adotando o nome de João.


A ação dos seus dons de santo e de artista, se desenvolveu de forma esplendida no clima de alta perfeição espiritual e intelectual, encontrado no convento. Assim pode fazer da pintura a sua principal obra evangelizadora, ao se tornar um Frade Predicador desta Ordem. Pela singeleza e genialidade de sua figura passou a ser chamado de "Beato Angélico" ou "Fra Angélico", nome que ficou impresso inclusive no mundo das artes.


Este frade-pintor foi um dom magnífico feito por Deus para a Ordem, pois deu também um imenso auxílio financeiro aos co-irmãos, porque, obedecendo ao voto de pobreza, destinou à Ordem todos os seus ganhos como artista, que eram tão expressivos quanto a sua genialidade.


A santa austeridade, os estudos profundos, a perene elevação da alma a Deus, mediante as orações contemplativas, apuraram o seu espírito e lhe abriram horizontes ocultos. Com este preparo e com seus mágicos pincéis, pode proporcionar a todos o fruto da própria contemplação, representando o mais sagrado dos poemas, a divina redenção humana pela Paixão de Jesus Cristo.


As suas pinturas são uma oração que ressoa através dos séculos. Esta alma de uma simplicidade evangélica, soube viver com o coração no céu, se consagrando num incessante trabalho. Entre 1425 e1438, viveu retirado, onde retomou o trabalho pintando os afrescos de quase todos os altares da igreja do convento de Fiesole.


Depois foi a vez do convento de São Marcos, em Florença, onde deixou suas obras impressas nos corredores, celas, bibliotecas, claustros, ao longo de seis anos. A partir de 1445 foi para Roma, onde trabalhou para dois papas: Eugênio IV e Nicolau V. Este último, tentou consagrá-lo bispo de Florença, mas Fra Angélico recusou com firmeza, indicando outro irmão dominicano.


Retornou para o convento de Fiesole, cinco anos depois, no qual foi eleito o diretor geral. Alí trabalhou com seu irmão Bento, que nomeou inicialmente como seu secretário e depois conseguiu que fosse eleito seu sucessor, em 1452. Frei João de Fiesole, voltou para Roma, onde morreu no dia 18 de fevereiro de 1455.


Fra Angélico, que nunca executou uma obra, sem antes rezar uma oração, foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1982, que indicou sua festa litúrgica para o dia de sua morte. Até porque, muito antes, a sua sepultura no convento de Santa Maria sobre Minerva se tornara o local escolhido pelos peregrinos que desejavam cultua-lo, não tanto devido à sua genialidade artística, que podia ser apreciada nos museus do mundo, como por seu caráter sincero carregado de profunda santidade.


Dois anos depois, o mesmo pontífice o declarou "Padroeiro Universal dos Artistas", uma honra pela sua obra evangelizadora que promoveu a arte sacra através dos séculos.

Mudança de Época...

Ao longo da história universal sempre exitiram autores para os quais o grande desafio que impusera-se era a da própria compreensão de seu tempo. Isso vale para o caso de Kant, que no século XVIII, com sua reflexão sobre o "Esclarecimento" e, assim, tantos outros. No nosso século, podemos destacar a obra de Hannah Arendt é, nesse sentido, exemplar.



Vivemos, atualmente, uma mudança de época, sendo o seu nível mais profundo o cultural. Observa-se, pois, que não se trata apenas de uma 'época de mudanças', mas, de uma 'mudança de época'. Isto é, não estamos a viver um período de algumas mudanças no comportamento das pessoas, nos valores, na forma de agir; ao contrário, estamos vivendo um momento de transição radical, de um processo civilizatório a outro. Autores da contemporaneidade chegam a afirmar que estamos a evoluir em sentido retrógrado, o qual terá seu "télos" - por assim dizer - na barbárie, onde somente os mais fortes sobreviverão, aqueles que mais exterminarem.


Sem cair nas peripércias de um saudosismo ingênuo, com frequência, ouvimos dizer: "No meu tempo não era assim". Isso nos faz perceber que todos os valores com os quais nascemos, todas as formas de convivência com base nas quais construímos nossa vida estão em processo final de mudança. Paulatinamente, faz-se notório o quão prejudicial são essas mudanças, as quais expressam-se claramente nos distúrbios comportamentais, que se evidenciam ainda mais com a mixórdia social.


Em nosso dia-a-dia observamos algumas das características dessa mudança tão radical e tão decisiva:


Uma super-valorização da subjetividade individual, vale ressaltar que a individualidade é um valor muito positivo. É por meio dela que nos relacionamos com o outro; entretanto, quando a individualidade se torna um individualismo, o outro deixa de ser meu companheiro de jornada para ser aquele que eu preciso derrotar. É o solipsismo que enfraquece os vínculos comunitários. É dentro deste individualismo extremo, que somos levados à indiferença pelo o outro, de quem não mais necessetimos e por quem não mais nos sentimos responsáveis.


Um outro ponto bastante significativo é que a realidade tornou-se cada vez mais complexa e extremamente difícil de se compreender. Temos cada vez mais informações sobre tudo e, ao mesmo tempo, temos dificuldade de compreender exatamente o que está acontecendo.


Ainda um terceiro ponto é concernente à ética: as coisas parecem já não ter sentido, porque cada um dá a tudo o sentido que deseja dar. Caímos, então, no que se chama de relativismo ético, alicerçado principalmente nas bases de um processo de inculturação norte-americano.


Por fim, o quarto e significativo ponto: os meios de comunicação passaram a ser o grande canal construtor - ouso até em dizer introjetor - dos valores antropológicos, estéticos, culturais, etc. Chegam a afirmar que estamos a vivenciar, por isso, uma nova colonização cultural pela imposição de culturas artificiais. Há, portato, uma ruptura com a ideia de futuro. Não há mais futuro. E, dentro dessa concepção, o passado já não mais importa, não mais tem valor e, nem muito menos desperta o interesse. Somente existe o presente, o cotidiano, o já e o agora. Ou seja, dentro de uma postura positivist, somente importa o que está posto à nossa fronte. Não se busca mais um viver racional, não vale a pena depreender esforços reflexivos sobre a nossa caminhada existencial; entretanto, prega-se e reproduz-se uma vivência de sentimentos e sentidos, na ânsia de experimentar tudo, de viver o já e o aqui. Fazendo-nos concluir que estamos a viver um período altamente pragmático e utilitarista, onde o ser dá lugar ao ter, ao poder e ao prazer, tendo como ética relativismo exagerado.


Luiz Felipe P. de Melo.

18/08/2008.