domingo, 26 de abril de 2009

Minha Vocação!

Tudo me pedistes, nada Te neguei....

A criatura humana foi feita para adorar a Deus. Quando nos defrontamos e nos abrimos para Deus, ficamos abismados e admirados por Ele. A característica da adoração é essa admiração. Às vezes nem temos palavra. Ficamos boquiabertos diante do Santíssimo. Deus nos deu inteligência para saber e conhecer. Deu-nos sensibilidade. Sentimos e temos emoções. Assim, quando estivermos diante dele, sentiremos essa emoção diferente de ficar admirados, emocionados e envolvidos diante de Deus: é a oração do coração que apaixonado, oração secreta porque está envolta pela presença de Deus e que dele se ocupa de maneira ininterrupta.
O pecado original dentro de nós é como um defeito de fabricação. Muitas pessoas, ao comprarem um carro novo, percebem logo que ele apresenta defeito e o levam à oficina especializada; devido ao grande trabalho que têm acabam devolvendo o carro para a revendedora. Aquele carro já veio com defeito de fabricação, não por minha culpa e nem porque dirijo mal, mas porque o defeito já existia. Há uma criatura dentro de nós que só nos dá trabalho: a Palavra de Deus a chama de homem velho. Na verdade somos nós mesmos, só que, uma vez agraciados pelo Senhor, recebemos a efusão do Espírito Santo e um homem novo vai se formando dentro de nós.
Uma transformação vai acontecendo, porém o homem velho continua a existir. Esse homem velho nos dá trabalho porque tem defeito de fabricação, de nascença. Viemos com um defeito de fabricação que se chama pecado original e é justamente por causa desse pecado que, sem desejarmos, há em nós uma indisposição para adorar.
Às vezes você fica atrapalhado ou com vergonha pelo fato de não conseguir fazer adoração e faz de tudo para que as outras pessoas não saibam que sente essa dificuldade.
Só que infelizmente isso é algo natural, que acontece por causa do defeito de fabricação que temos: o pecado original.
Admirar Deus nos faz um bem enorme. Não é que Ele goste de ser admirado, mas é que Ele sabe que essa admiração faz bem a nós, como que recarregando nossas baterias. Nossa admiração diante de Deus nos torna mais gente, nos faz mais criaturas humanas, nos faz crescer como pessoa. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais criaturas sensíveis nos tornamos. Por isso Ele nos deu a graça de poder adorá-Lo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ele faz o que quer de mim....

Não fui eu quem chamou por Ele,
Mas foi Ele quem chamou a mim.
Não fui eu quem pensou Nele,
Mas foi Ele que bem antes pensou em mim.
Não fui eu quem O escolheu,
Mas foi Ele que escolheu a mim.
Não fui eu quem O procurei,
Mas foi Ele quem procurou a mim.
Não fui eu quem O elegi,
Mas foi Ele quem elegeu a mim.
Não fui que sonhei com Ele,
Mas foi Ele quem sonhou por mim.
Não fui eu quem quis prosseguir,
Mas foi Ele quem quis comigo ir.
Não fui eu quem quis assim,
Mas é isso que Ele quer para mim.
Não fui eu quem me atrevi,
Mas foi Ele quem dá coragem a mim.
Não fui eu quem me lancei,
Mas foi Ele quem me tirou de mim.
Não fui eu que tudo isso escrevi,
Mas foi Ele que soprou seu Espírito sobre mim.

Luiz Felipe Pereira de Melo.
Madrugada de 21 de abril de 2009.

sábado, 11 de abril de 2009



Acreditar que, apesar da escuridão do mundo atual, a luz do Cristo Ressuscitado é capaz de dissipar todas as trevas e tristes contendas do nosso coração...
Caros irmãos e amigos, desejo-vos, sinceramente, que ‘as coisas antigas’ não mais tenham importância e que, imbuídos nesta luz do Ressuscitado, possamos nos tornar ‘novas criaturas’!

Assim, evocando São Gregório de Nazianzo, faço votos de uma Feliz e abençoada Páscoa:



“Se és Simão Cireneu, toma a cruz e segue a Cristo. Se, qual o ladrão, estás crucificado com Cristo, como homem íntegro, reconhece a Deus. Adora aquele que foi crucificado por tua causa. Se és José de Arimatéia, pede o corpo a quem o mandou crucificar; e assim será tua a vítima que expiou o pecado do mundo. Se és Nicodemos, aquele adorador noturno de Deus, unge-o com perfumes para a sua sepultura. Se és Maria, ou a outra Maria, ou Salomé, ou Joana, derrama tuas lágrimas por ele. Levanta-te de manhã cedo, procura ser o primeiro a ver a pedra do túmulo afastada, e a encontrar talvez os anjos, ou melhor ainda, o próprio Jesus” (Liturgia das Horas, vol. II, p. 352).





Paz e Bem!







Páscoa de Jesus, 12 de abril de 2009.
Luiz Felipe Pereira de Melo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Deus nos fala...

"A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou". (Gl 6, 14)

Como são belas as palavras que compõem esse verso!


A Liturgia de hoje nos convida a refletir o sentido de duas palavras que se complementam: amor e doação.


“Deus amou tanto o mundo que nos deu seu Filho único”;

Damos início, com esta celebração, ao Tríduo Sacro rumo à Festa das festas.
Celebramos hoje a Páscoa de Jesus que se dá na Ceia – fazemos memória da Última Ceia de Jesus, de seu amor sem limites e da inauguração da Nova Aliança no sangue Dele derramado na cruz.

Ao celebrarmos a Ceia do Senhor, também celebramos a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio – hoje é dia do padre. Fazer memória não é simplesmente recordar um fato, mas é, antes de tudo, atualizar esse fato, torná-lo presente hoje.

Jesus manifesta o desejo de celebrar a Eucaristia com os seus discípulos, mas não sem antes ensinar-lhes seu verdadeiro sentido. Em torno de uma mesa familiar, interrompe a refeição e mostra-lhes por meio de um gesto sublime que Eucaristia e amor-serviço estão intimamente interligados.

A Eucaristia só é verdadeira comunhão se nela estiver presente a dimensão da fraternidade, do amor, da doação. Sentar-se à mesa com Jesus para celebrar a Eucaristia implica em abaixar-se para lavar os pés uns dos outros. Comungar é antes de tudo comprometer-se com o projeto de vida de Jesus. A grande lição de Jesus na última ceia, ao lavar os pés dos discípulos, foi mostrar-nos que sem a partilha da própria vida não há vida eucarística.

O evangelho de São João nos traz uma cena que ajuda a compreender um aspecto importante da vida do cristão: o serviço. Ele nos mostra Jesus amarrando à cintura uma toalha e se preparando para lavar os pés dos seus discípulos. Na segunda leitura, temos a descrição da instituição da Eucaristia.

A entrega de Jesus é total e muito concreta. Jesus oferece seu corpo, isto é, sua vida inteira, suas ações, seu modo de viver e morrer, sua disponibilidade total para o serviço do Reino. E pede que façamos memória não só da última ceia, mas de todo o sentido da sua vida.

Não foi só na hora de lavar os pés dos apóstolos que Jesus esteve a serviço: ele veio para servir e se dirigiu especialmente aos mais abandonados, excluídos de qualquer outra ajuda que não fosse o grande amor de Deus.

Jesus entrega seu corpo e sangue. É isso que recebemos na Eucaristia. Nossa vida inteira, não apenas a missa, deve carregar a memória do que ele viveu. Somos, pela Eucaristia, sinais vivos da presença do Cristo servidor em um mundo que precisa muito da nossa generosa dedicação ao projeto de Deus. Jesus instituiu a Eucaristia na ceia da Páscoa judaica. Ele também estava acostumado a fazer memória da ação de Deus em favor do seu povo.

A Páscoa era a celebração de uma aliança fundamental e libertadora. Somos herdeiros da tradição libertadora da Páscoa judaica e da nova e definitiva aliança realizada por Jesus. Fazemos parte dessa história de fé que vem de Abraão, passando por Moisés, culminando com Jesus, sendo transmitida pelos apóstolos e preservada nas Igrejas cristãs até hoje.

Não é só memória; é convite ao serviço que transforma o mundo e o coração de quem serve e de quem tem humildade para se saber necessitado da ajuda solidária de Deus e dos irmãos. Agora somos nós os encarregados de passar essa memória ao mundo que não crê e às novas gerações. Não faremos isso apenas proferindo discursos sobre Jesus. "Façam isto para celebrar a minha memória" significa: coloquem sua vida a serviço do Reino, como eu fiz, e sejam uma verdadeira família de irmãos solidários uns com os outros.



Que o Senhor nos conceda a graça de celebrar esses três dias com fiel devoção e zelo, que contemplando a dolorosa Paixão do Senhor, possamos nos alegrar com sua Vitória sobre a mesma e sobre o Pecado!

Evangelho do Dia: "Santa Ceia" e "Lava-pés" Jo 13,1-15



† Dominus Vobiscum!






Faltava somente um dia para a Festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a hora de deixar este mundo e ir para o Pai. Ele sempre havia amado os seus que estavam neste mundo e os amou até o fim. Jesus e os seus discípulos estavam jantando. O Diabo já havia posto na cabeça de Judas, filho de Simão Iscariotes, a idéia de trair Jesus. Jesus sabia que o Pai lhe tinha dado todo o poder. E sabia também que tinha vindo de Deus e ia para Deus. Então se levantou, tirou a sua capa, pegou uma toalha e amarrou na cintura. Em seguida pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha. Quando chegou perto de Simão Pedro, este lhe perguntou: - Vai lavar os meus pés, Senhor? Jesus respondeu: - Agora você não entende o que estou fazendo, porém mais tarde vai entender! - O senhor nunca lavará os meus pés! - disse Pedro. - Se eu não lavar, você não será mais meu discípulo! - respondeu Jesus. - Então, Senhor, não lave somente os meus pés; lave também as minhas mãos e a minha cabeça! - pediu Simão Pedro. Aí Jesus disse: - Quem já tomou banho está completamente limpo e precisa lavar somente os pés. Vocês todos estão limpos, isto é, todos menos um. Jesus sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: "Todos menos um." Depois de lavar os pés dos seus discípulos, Jesus vestiu de novo a capa, sentou-se outra vez à mesa e perguntou: - Vocês entenderam o que eu fiz? Vocês me chamam de "Mestre" e de "Senhor" e têm razão, pois eu sou mesmo. Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz - Palavra da Salvação!

Está é a noite da Ceia pascal, a Ceia em que por nós Jesus se imolou!


Acontecências....Papa destaca o sentido do sacerdócio e recorda sua ordenação


Fonte: cancaonova.com



Da Redação, com Rádio Vaticano
Paula Dizaró


"Se cultivarmos uma verdadeira familiaridade com Cristo, então poderemos experimentar a alegria da sua amizade".



O Papa Bento XVI presidiu, na manhã desta quinta feira-santa, na Basílica Vaticana, à Santa Missa do Crisma, concelebrada por cardeais, bispos e presbíteros (religiosos e diocesanos). Na celebração desta Missa os padres renovam suas promessas sacerdotais a serviço do povo de Deus..:





Em sua homilia, o papa explicou que "de fato, há apenas um único sacerdote da Nova Aliança: o próprio Jesus Cristo. Por conseguinte, o sacerdócio dos discípulos é participação no sacerdócio de Jesus. Assim, o nosso sacerdócio nada mais é que um novo modo de unir-nos a Cristo. A união com Cristo supõe renúncia."



"No 'sim' da Ordenação sacerdotal, fizemos a renúncia fundamental à autonomia, à auto-realização. No entanto, é preciso, dia após dia, cumprir este grande 'sim' entre os demais 'sins' e nas pequenas renúncias. Se cultivarmos uma verdadeira familiaridade com Cristo, então poderemos experimentar a alegria da sua amizade".



Deste processo, disse o pontífice, faz parte a oração, com a qual nos exercitamos na amizade com Cristo e aprendemos a conhecê-Lo: o seu modo de ser, de pensar, de agir. Rezar é progredir na comunhão pessoal com Cristo, expondo-lhe a nossa vida diária, nossos sucessos e falências, nossas fadigas e alegrias. É apresentar-nos, simplesmente, diante d’Ele.




Enfim, Bento XVI recordou que é importante rezar com a Igreja, celebrar a Eucaristia que é oração. Como sacerdotes, mediante a celebração Eucarística, encaminhamos os fiéis à oração. Se nos tornamos um com Cristo, aprenderemos a reconhecê-Lo de modo especial nos doentes, nos pobres, nos pequenos deste mundo; tornar-nos-emos pessoas que servem os irmãos.






Queridos amigos, concluiu o papa, nesta hora da renovação das promessas, queremos pedir ao Senhor que nos torne homens de verdade, homens de amor, homens de Deus. Peçamos-Lhe que nos torne verdadeiramente sacerdotes da Nova Aliança.






Aniversário sacerdotal de Bento XVIO Papa recordou sua própria ordenação sacerdotal, realizada há 58 anos. "Na vigília da minha ordenação sacerdotal, 58 anos atrás, abri a Sagrada Escritura, porque queria receber mais uma palavra do Senhor para aquele dia e para o meu futuro caminho de sacerdote. O meu olhar caiu sobre este trecho: 'Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade'. Então soube: o Senhor está falando de mim, e está falando comigo. Precisamente a mesma coisa acontecerá amanhã em mim. Em última análise não em pessoa. Ordenação sacerdotal significa: ser imersos n'Ele, na Verdade. Pertenço de um novo modo a Ele e assim aos outros, 'para que venha o seu Reino'. Queridos amigos, nesta hora da renovação das promessas queremos pedir ao Senhor que nos torne homens de verdade, homens de amor, homens de Deus. Peçamos que Ele nos atraia sempre mais para dentro de si, para que nos tornemos verdadeiramente sacerdotes da Nova Aliança. Amém."Terremoto em Áquila




Ao término da sua homilia, Bento XVI dirigiu seu pensamento a Dom Giuseppe Molinari, arcebispo de L’Aquila, que, por causa dos gravíssimos prejuízos causados pelo terremoto na catedral, não poderá reunir, hoje, seu presbitério diocesano, para a celebração da Missa do Crisma.




Portanto, o pontífice manda ao arcebispo de L’Aquila os santos óleos, em sinal de profunda comunhão e solidariedade espiritual. "Que estes santos óleos, disse o papa, possam acompanhar o tempo de renascimento e de reconstrução, sarando as feridas e sustentando a esperança".






A propósito, ao aceitar o pedido das autoridades civis e religiosas, o Santo Padre encarregou o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, para presidir, amanhã, em L’Aquila, ao rito de sufrágio pelas vítimas do terremoto, que abalou a capital de Abruzzo e as regiões circunstantes.





Devido à excepcionalidade do acontecimento, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, concedeu o indulto para a celebração de uma Santa Missa de sufrágio, amanhã em L’Aquila, não obstante a liturgia de Sexta-feira Santa não prevê nenhum rito ou celebração Eucarística, a não ser aqueles concernentes à "Paixão do Senhor".




Como sinal de sua participação pessoal com os que sofrem por causa do terremoto, o Santo Padre enviará também à celebração seu Secretário particular, Mons. Georg Gänswein.