quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Música do dia...


Não sou profeta

Nem tão pouco visionário

Mas o diário

Desse mundo tá na cara

Um viajante

Na boléia do destino

Sou mais um fio

Da tesoura e da navalha

Levando a vida

Tiro verso da cartola

Chora viola

Nesse mundo sem amor

Desigualdade

Rima com hipocrisia

Não tem verso nem poesia

Que console um cantador

A natureza na fumaça se mistura

Morre a criatura

E o planeta sente a dor

O desespero

No olhar de uma criança

A humanidade

Fecha os olhos pra não ver

televisão de fantasia e violência,aumenta o crime

Cresce a fome e o poder

Boi com sede bebe lama

Barriga seca não dá sono

Eu não sou dono do mundo

Mas tenho culpa, porque sou Filho do dono...

Pausa Poética...

Soneto de Maior Amor


Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.



(Vinícius de Moraes).

Estou pensando em Deus...





"Estabeleço convosco a minha aliança: nenhuma criatura será mais exterminada pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a terra”. E Deus disse: “Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vós, e todos os seres vivos que estão convosco, por todas as gerações futuras. Ponho meu arco nas nuvens como sinal da aliança entre mim e a terra." (Gn. 9, 11ss).

|P|A|U|S|A|





... A mudança faz-se necessária ...



"Se você pensa e age como sempre fez, vai ser o que sempre foi" (Mario Diotto).



Hoje, 19 de fevereiro de 2009: Dia de Santo Gabino!!





Gabino nasceu na Dalmácia, atual Bósnia , numa família da nobreza romana cristã, radicada naquele território.


Na idade adulta, ele foi viver em Roma com a intenção de se aproximar da Igreja, mesmo sabendo dos sérios riscos que correria. Nesta cidade, ele se tornou senador e se casou. Com a morte da esposa, Gabino decidiu ser padre.


Transformou sua casa numa igreja, consagrou a jovem filha Suzana, à Cristo, e a educou com a ajuda do irmão Caio, que já era sacerdote. Juntos, eles exerciam o apostolado em paz, convertendo pagãos, ministrando a comunhão e executando a santa missa, enfim fortificando a Igreja neste período de trégua das perseguições.


Segundo os registros encontrados, Gabino e os familiares, eram aparentados do imperador Diocleciano. Assim, quando o soberano desejou ter a filha de Gabino como nora, não conseguiu. Enviou até mesmo um emissário para convencer a jovem, que não cedeu, decidida a se manter fiel à Cristo, sendo apoiada pelo pai e o tio Caio, que fora eleito papa, em 283. O imperador ficou mais irritado do que já estava, devido as tensões que circundavam o Império Romano em crescente decadência. Decretou a perseguição mais severa registrada na História do Cristianismo, apontado como causador de todos os males. O parentesco com o soberano de nada serviu, pois o final foi trágico para todos.


Quando começou aquela perseguição, verificamos pelos registros encontrados que o padre Gabino, não mediu esforços para consolar e amparar os cristãos escondidos. Enfrentou com serenidade o perigo, andando quilômetros e quilômetros a pé, indo de casa em casa, de templo em templo, animando e preparando, os fiéis para o terrível sacrifício que os aguardava.


Montanhas, vales, rios, florestas, nada o impedia nesta caminhada para animar os aflitos. Foram várias as missas rezadas por ele em catacumbas ou cavernas secretas, onde ministrava a comunhão aos que seriam martirizados. Finalmente foi preso, junto com a filha, que também foi sacrificada.


Gabino foi torturado, julgado e como não renegou a fé, foi condenado à morte por decapitação. Antes da execução, o mantiveram preso numa minúscula cela sem luz, onde passou fome, sede e frio, durante seis meses, quando foi degolado em 19 de fevereiro de 296, em Roma.


Ele não foi um simples padre, mas sim, um marco da fé e um símbolo do cristianismo. No século V, sua antiga casa, que havia sido uma igreja secreta, tornou-se uma grande basílica.


Em 738, o seu culto foi confirmado durante a cerimônia de translado das relíquias de São Gabino, para a cripta do altar principal desta basílica, onde repousam ao lado das de sua santa filha. No século XV, a basílica foi inteiramente reformada pelo grande artista e arquiteto Bernini, sendo considerada atualmente uma das mais belas existentes na cidade do Vaticano. A sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

Reflexões sobre o novo


O novo sempre causa estranheza, às vezes medo, insegurança. Porém, é tão encantador conquistar, decobrir, que parece-me mesmo sendo estranho e desconfortável enfrentar o desconhecido, sempre é bom ousar, experimentar.


Lembro-me de todas as escolhas que fiz, todas as vezes que mudava e, isso refere-se à qualquer mudança. De todas os momentos em que tive que abondonar práticas costumeiras e me lançar frente ao inesperado, frente ao desafio de navegar em águas até então 'inavegáveis'.


O novo amedronta-me, causa-me ansiedade e concomitantemente, repugnância. O novo é paradoxal; é futuro. O novo perpassa a figura do oculto! O novo para mim ultrapassa a sensibilidade. É, pois, o sentimento de impotencialidade humana, ante ao imaginário, ante à ilusão.


O novo é para mim aquilo que ainda está velado... Reservado à uma experiência ontológica. Talez, o novo seja também o inesperado, o impreescindível. O novo está para descoberta, tal como a felicidade está para o homem. Mesmo que o novo nos decepcione momentâneamente, a alegria de poder ter tirado o 'véu' do isolamento rejubila o espírito humano, fazendo com que o homem lute pelo novo, ou melhor, que o homem possa revelar sempre o novo.


O novo cotrapõe-se à novidade. A novidade, seria, então, o ente. O novo é inexoravelmente o ser, o uno, de modo que ele é em essência e, não pode não ser. O novo é percebido, jamais e em hipótese alguma, ele é apreendido pelos sentidos ou pela razão. O novo será. A novidade - distintamente do Novo - ou foi, ou é. O novo é o 'indestilável'.


O novo é a marca da visível incapacidade humana diante do mundo e de suas mudanças. Talvez, ninguém - abrangendo somente a pessoa humana - é capaz de criar um 'novo' início, mas, somente é capaz de dar um novo rumo à teleioésis, a finalidade. O novo causa-nos um sentimento de desconforto; suscita em nós um altivo desejo de "des-velamento".


O novo precisa somente ser percebido. O novo é sistema que se coloca à nossa fronte, ou seja, é algo que nos é [im]posto... Creio que talvez por causa das nossas de-cisões, porque decidir é semprer "cindir" com um dos lados. É romper com um princípio primeiro.


O novo é a sensação de invisibilidade de um capitão que, lançado ao mar numa tempestade, dirige de modo desordenado a sua náu. O novo é algo atípico aos nosso olhos. O novo gera homens famintos de vitórias, de honras e de méritos.


O novo aniquila a beleza do trivial, do comum. O novo é realmente pertubador! O novo é algo que nos chega através da fissura ôntica e nos leva à percepção de que muito ainda nos falta para poder abrigá-lo.


O novo é como que uma criança que busca apanhar todas as estrelas do Universo apenas com suas mãos frágeis e pequeninas... O novo é intrigante!


O novo garante uma geração desestabilizadora. O novo é perfeito, todavia, não se manifesta como tal... O novo incorpora feições antigas e por vezes vanguardistas. O novo hostiliza. O novo separa, seleciona, cria, pois, uma casta de seguidores, os quais tentam através de várias formas apresentá-lo. O novo é a dúvida presente na racionalidade humana, a qual busca de modo desenfreado a certeza fidedignamente científica.


O novo é isso que estive a fazer até agora... É para uns bobagem, para tantos vertigens...

E, para os sábios inspiração que brota da psiché...


O novo se desfecha na contradição de ser oculto e ser mostrado.




Luiz Felipe P. de Melo.

Madrugada de 19 de fevereiro de 2009.