segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"O Perdão de Assis" ou "Indulgência da Porciúncula"




A pouca distância de Assis, antiqüíssima cidade da Úmbria, foi edificada em 352 uma pequena capela de quatro piedosos eremitas vindos da Palestina e foi dedicada à Virgem Santíssima. No século VI, esta capela foi dada aos Monges Beneditinos do Monte Subásio, os quais, ampliaram e embelezaram-na. Ali, com as 'porções de terras' que tinham, veio o nome Porciúncula, ou seja, "porçãozinha" ou "pequena porção" [de terras]. Em seguida pois, pela freqüente aparição dos Anjos, foi chamada de Santa Maria dos Anjos.

O Seráfico Pai São Francisco de Assis, quando tomou a sua vida santa, vendo o quanto abandonada e decaída aquela capela, reparou-a pela fervente devoção que tinha pela Mãe de Deus, da qual lhe foi revelado que aquela igrejinha lhe era querida, de modo especial entre todos aqueles consagrados em seu Nome. Em seguida, São Francisco ganhou-a do Abade Teobaldo, monge beneditino, e ali se retirou comos seus companheiros, quando foi forçado a abandonar o Tugúrio de Rivotorto.


Numa noite de inverno do ano de 1216, enquanto o Homem Seráfico, aceso de zelo ardentíssimo, pensava sobre a conversão e a salvação dos pecadores, uma luz suave o circundou e um Anjo o convidou para a Capela, onde o esperavam Nosso Senhor, a sua Santíssima Mãe e muitíssimos Anjos. Francisco se prostrou na capela e adorou a Jesus e venerou a Virgem Santíssima e os Anjos. Enquanto ele se humilhava assim na vildade do seu nada, Jesus lhe deu a coragem de pedir a graça que lhe agradava. E São Francisco então, como novo Moisés, não pensou em si, mas em todas as almas e respondeu: "Senhor, peço que todos aqueles que, arrependidos e confessados, entrando nesta igrejinha, tenham o perdão de todos os seus pecados e a completa remissão das penas devidas às suas culpas". E Jesus a ele: "Grande é a graça que me pedes, ó Francisco; todavia, concedo-lha a ti, se minha Mãe me pedir". Francisco então pediu a mediação da Virgem Maria, a qual com sua súplica, seu Divino Filho concedeu a graça. Porém, quis que apresentasse ao seu Vigário, o Sumo Pontífice, para obter a sua confirmação.

Dito isto, cessou a visão e Francisco imediatamente foi ao Papa Honório III e ele, depois de várias dificuldades, lhe confirmou a graça, limitando-a, porém, a um dia somente, por todos os anos e fixando para esta o dia 2 de agosto, a começar das Vésperas da Vigília.


No dia 2 de agosto do mesmo ano de 1216, o Seráfico Pai, na presença dos Bispos de Assis, Perúgia, Todi, Espoleto, Nocera, Gúbio e Folinho, que foram convidados para a consagração da igrejinha da Porciúncula, diante de uma multidão extraordinária de fiéis, promulgou a grande indulgência que ele tinha obtido e assim foi aberto a todos os homens perpetuamente o incomparável tesouro do Perdão de Assis.

Depois, com a Bula do dia 4 de julho de 1622, o Papa Gregório XV estendeu esta grande indulgência a todas as Igrejas da Ordem Franciscana e prescreveu que, além da confissão, era necessária a comunhão e a oração pelo Sumo Pontífice. Em 12 de janeiro de 1678, o Papa Inocêncio XI declarou que a dita indulgência estava aplicada também às almas do Purgatório.

Esta indulgência tornou-se célebre pela sua origem toda extraordinária e pela circunstância singularíssima que esta pode ser lucrada toties quoties, isto é, tantas vezes quanto se visita a igreja que goza de tal favor e nas quais se cumprem as prescrições requeridas. A respeito deste propósito, surgiram, é verdade, dúvidas, mas a Santa Sé interveio várias vezes e autoritativamente tirou toda dúvida, declarando e confirmando que ao Perdão de Assis estava anexo este privilégio toties quoties.

Hoje a "Porciúncula" fica dentro da imponente Basílica


Para render mais facilmente aos fiéis a aquisição de tão grande benefício, o Sumo Pontífice Pio X condedeu, para a comodidade dos fiéis que o Perdão de Assis pudesse ser obtido também nas igrejas ou oratórios que, na aplicação do privilégio com o consenso do Bispo e que o Perdão de Assis pudesser ser transferido do dia 2 de agosto para o Domingo seguinte. O Papa Bento XV, em 16 de abril de 1921, com o um solene documento estendeu esta indulgência do Perdão de Assis a todos os dias do ano, in perpetuo, mas somente na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis. E assim o desejo expresso por São Francisco a Nosso Senhor vem com um tal ato completamente exaudito. Ainda hoje em todas as Igrejas do orbe, a indulgência é aplicada neste dia.

My Day!


Eu sei que talvez, hoje, olhando para o passado, eu venha a ficar convencido de que muito pouco ou quase nada eu sei. Quase nada da vida, da lida, do pranto, do show! Isto é fato! Apenas posso dizer que caminhei algumas léguas para aqui chegar, semeei quem sabe esperança por onde passei, reguei com amor e fidelidade e lá no fim do horizonte parece-me que já contemplo a imagem de grandes feixes entulhados para a grande festa que é a colheita da vida.

Hoje, passados exatamente vinte e um anos, me volto àquela bendita tarde do dia dois de agosto de um mil novecentos e oitenta e nove, aonde pela graça de Deus eu vinha ao mundo e trazia comigo a difícil missão de ser Luz onde as trevas superabundavam... foi e está sendo ainda mui difícil! Mas, quem algum dia disse-me que seria fácil?!

Recordo-me dos meus primeiros e inseguros passos, ainda de mãos dadas com aquela que me gerou, eu temente a tudo, não muito demorei a andar com as minhas próprias pernas. Resultado, aprendi, sem delonga alguma, a caminhar e a dar grandes passos por vezes. Quanta terra ficou presa à sola dos meus sapatos, quanta gente, quantos sonhos, quantas realizações, quantas decepções, quantos temores e tremores, quiçá ainda não superados, mas, sublimados. Quanta coisa eu já vi, outras tantas eu já vivi. Há ainda aquelas que fiz questão de apagar da memória.Quantos letras, imagens, versos e rimas, melodias; eu aprendi, escrevi, fotografei, recitei, cantei....

Voltando o olhar para o que passou, contemplo, no chão de minha existência, tantas pegadas, tantos encontros e tantos desencontros, mas, a certeza de que nada foi em vão: cada sorriso, cada encanto, cada lágrima, cada momento, cada contato, cada um daqueles que tive a oportunidade de ao menos dizer um “Bom dia!”. Tanta gente, quantos sonhos, quanta vida, quanta história. Saudades! Algo que ainda persiste em minh`alma, em minha memória.

Agora tenho a certeza de que muito eu sei sobre eu mesmo... Sei bem de onde vim, como vim, porque vim, como eu sou, porque sou, para onde vou, como vou, com quem vou... Dúvidas como essas são persistentes e, se fazem presentes por todo o diligenciar existencial, daí, concluo, desde já, que somente haverá um dia que elas não mais se farão presentes, quando eu não mais por aqui estiver.

Mas, quem seria eu?

Luiz Melo! Um jovem sonhador, desejoso de tantas coisas, amante do saber, curioso, perceptivo, intuitivo, orante, falante, dançante, tolo, talvez. Alguém que do nada veio, que caminha quem sabe sem rumo, mas, com uma viva motivação: o Amor, porque somente quem ama, é capaz de viver e de desejar contemplar dias melhores.

Sou do tipo de pessoa “incomum”. Não me reduzo às especulações alheias, nem tão pouco ao fardo dos rótulos de outrem. No mar da vida, não sou mais um marinheiro de primeira viagem, sou alguém que deixou o porto há algum tempo e que apenas sabe que o amor e o tempo são quem impulsionam a viagem! Na verdade, buscando filosofar sobre minha aparência, descubro que sou toda a beleza e mistério que se manifestam em mim e todas as minhas dúvidas e angústias.

Luiz F. P. Melo.

02 de agosto de 2010

Pela passagem de meu natalício...