quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Eis que faço nova todas as coisas


Já estamos vendo no horizonte o raiar de um Novo Ano. Às suas vésperas, celebramos a festa da Luz. Da Luz verdadeira que veio brilhar para nós, que vivíamos nas trevas da morte, como profetizou Isaías.

Como o sol, depois de mergulhar no solstício do inverno, retorna para iluminar a terra e dar-lhe o seu calor, assim irrompeu o Cristo em nosso meio. João Evangelista nos ensina que a Luz do Cristo espancou as trevas, que agarradas ao orgulho e ao pecado, não a quiseram receber. Mas a todos os que abriram os olhos ao seu fulgor, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

No esplendor destes dias, em que rememoramos o acontecimento histórico do nascimento de Cristo, a Vida e a Luz que nos foram dadas pela misericórdia divina e pelo "sim" generoso de Maria, também retomamos o tempo cíclico que, tendo sua origem nos anos eternos, continua seu curso nos dias, anos e estações, até a consumação do tempo.

Natal e Ano Novo. Nestes dois acontecimentos, encontra a humanidade um momento de esperança.

Para uns, apenas uma utopia que se esvai, como a fumaça dos fogos de artifício. Votos, muitos até poéticos, que se misturam na voragem dos dias e logo se perdem na impotência humana de sua realização, na prepotência dos mais fortes, na cobiça, no roubo e na violência, na miséria que transparece a cada dia.

São votos que não nascem do coração, muitos fingidos e que expressam um relacionamento interesseiro. Os presentes, de valores altíssimos, nada mais querem senão manter os negócios. As gratificações, como foram reveladas na recente crise econômica, são um insulto à justiça.

Para estes, se patenteia a palavra do Evangelista: "A Luz estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu e os seus não o receberam" (Jo 1, 10-11)

Para nós, porém, que nos abrimos à Luz e acolhemos a bondade de Deus que veio até nós, na simplicidade de um Menino, como para os Magos, brilha a Estrela da esperança:"Vimos sua estrela no oriente e viemos homenageá-lo" (Mt. 2, 2 e 9).

Os nossos votos têm fundamento. Pela fé, temos a certeza de um mundo novo, de paz e de amor, para o qual, guiados pela Estrela devemos caminhar

Nossos desejos expressam que cremos na vitória da Luz, a vitória de Cristo.

Vamos nos saudar no início deste Novo Ano, expressando o amor e a caridade que já nos unem, embora ainda na fragilidade dos dias terrenos.

Iluminados pela Luz d'Aquele que é, que era e que será, do Princípio e o Fim de todas as coisas, aspiramos construir uma nova terra e um novo céu, a tenda de Deus com os homens, onde se realizará nossa esperança. Pela força da graça, venceremos.

Sabemos que ainda temos muita luta, pois o poder das trevas quer a todo o custo, impedir a vinda do Reino. Mas a fé no Filho que nos foi dado, mostra-nos o poder de Deus que destrói a astúcia dos Herodes de todas as épocas e nos conduz a Belém, a casa do pão, a Jerusalém celeste, onde “as coisas antigas se foram” (Apoc. 21,4).

Caminhemos, pois, à luz da Estrela e que nossos votos de um Ano Novo augurem a felicidade de estarmos construindo o Reino daquele que faz novas todas as coisas.

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

domingo, 2 de agosto de 2009

Eu, descrito por mim mesmo...

Bem, hoje faz exatamente vinte anos que me questiono acerca de quem eu sou verdadeiramente... Não tendo respostas completas e nem concretas, lanço-me frente à incerteza das impossibilidades presentes, buscando alternativas sustentáveis e argumentos plausíveis aos meus inúmeros questionamentos. Sabendo e reconhecendo que sempre quando tentamos dizer o que algo “é”, aventuramo-nos, pois, em ‘delimitar’ a sua essência, em outras palavras, buscamos dar “finitude” a algo infinito!
Nasci aos dois de agosto do ano da graça de mil novecentos e oitenta e nove, às quinze horas de uma quarta-feira, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP, localizado nesta cidade, no bairro da Boa Vista. Vim ao mundo no mesmo dia em que o ‘Rei do Baião’ deixou essa dimensão terrestre e partiu para a Jerusalém Celeste... Por isso meu nome: Luiz, em homenagem ao eterno “Gonzangão”.
Acredito fielmente na palavra que diz: “Antes que no seio de minha mãe eu fosse formado, o Senhor já me conhecia; antes do meu nascimento, Ele já me havia consagrado” (cf. Jr. 1, 5), sendo assim, percebo que toda a minha difícil caminhada até aqui foi e é, um encontro com Deus que é Amor (I Jo. 4, 16), e Amor para sempre. Entre lágrimas e sorrisos, entre sonhos e decepções, semeando, dia após dia, vou chegando à conclusão de que nada sou sem Deus.
Mas, fui crescendo... Aos dezesseis de setembro de mil novecentos e noventa, às dez horas, na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, localizada no bairro que tem por nome o título da padroeira – Graças – fui batizado no terceiro domingo daquele mês pelo Revmo. Pe. João Novaes, ainda administrador daquele territorial paroquial. Dando início à minha vida cristã, deixando de ser mera criatura e passando a ser contado entre os “Membros de Cristo”.
E o tempo ia passando... Lentamente... Em fevereiro do ano de 1993 fui matriculado na minha primeira escola, “Escola Jardim de Nathália”, lá dei início à minha vida estudantil – eu diria. Minha primeira professora, Tia Paula... Nunca me esqueci! De início detestava ir à escola, tudo por conta do apego à minha mãe... Depois, com o passar do tempo, fui me acostumando... O tempo passava... e eu crescia em graça e em sabedoria. No início do ano seguinte eu era transferido para uma outra instituição de ensino infantil – Escola Modelo São Félix - localizada nas proximidades de minha residência... Lá fui alfabetizado... Conheci um mundo totalmente diferente, comecei um processo de desmistificação e de desconstrução até hoje válido... Adentrei em um universo surreal, hierárquico... Concluindo, o primeiro grau menor – na época, assim chamado – em dezembro de 1999. Em fevereiro do ano de dois mil, dava início ao segundo grau maior, também denominado de Ensino Fundamental II, numa falida instituição da Rede Pública Estadual, a Escola Estadual Landelino Rocha... Lá eu não aprendi nada! Exceto, como o ser humano torna-se seu próprio fiasco, seu próprio vilão... E o pior, conheci logo o lado vil da vida, o lado amargo do sabor da vida.... Decepções, frustrações, perseguições... Somente por eu não comungar com tal realidade! Porém, Deus em sua infinita misericórdia nunca abandonou-me... Comigo sempre esteve durante todo o caminhar... Difícil caminhar! Aos onze anos de idade dava início aos estudos catequéticos, concluindo com a recepção da minha Primeira Eucaristia, aos vinte e seis de novembro daquele mesmo ano, às quinze horas, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, localizada no bairro do Pina. Durante este tempo comecei a perceber que o Senhor me chamava... De início relutei!!
O tempo continuou a passar... Eu crescia... E em abril do ano de dois mil e dois, eu mais uma vez mudava de escola... Agora passava a estudar no Instituto Imaculada Conceição, concluindo assim o chamado Ensino Fundamental II no ano de dois mil e três. Eis que o Senhor continuava a me chamar... E eu, tal como o jovem Samuel não percebia... Em dois mil e quatro ingressava no Colégio Brasil, sede Boa Viagem, com intuito de lá terminar o Ensino Médio. Porém, o Senhor mesmo tinha outros planos para a minha vida... Aconteceu que no final daquele ano o colégio faliu e eu fui estudar na outra unidade, no Centro. Já em dois mil e cinco, retornei à catequese, desta vez para me preparar para a recepção do sacramento da Crisma... Aos doze de novembro do ano da graça de dois mil cinco, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, diante de Deus e dos irmãos, na Celebração Eucarística, em meio a qual recebi a Imposição das mãos e a Unção do Crisma, confirmava o sacramento que havia recebido ainda quando pequeno, renovando, assim, as promessas do meu batismo... E tendo a certeza de que Ele tinha me escolhido, a partir daquele dia Ele mesmo colocou em meu coração... “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi” (Jo. 15, 16). E desde então estou a peregrinar... Buscando dar sentido à Vida que o Senhor concedeu a mim... Eu, pobre e infiel... Um servo vil e inútil!
Em dois mil e seis mudava novamente de escola, concluindo assim, no Colégio e Curso Especial, na unidade de Piedade. No final daquele prestava o meu primeiro vestibular, concorrendo a uma vaga no curso de História da Universidade Federal de Pernambuco e Filosofia na Universidade Católica de Pernambuco. Na primeira, fui para o remanejamento faltando-me apenas onze décimos, não acompanhando o remanejamento, mais tarde descobri que havia sido aprovado... Mas já era tarde! Na segunda, a UNICAP, fui aprovado com um coeficiente, diria até, significativo, sendo contemplado com uma bolsa parcial de cinqüenta por cento. Ingressei na Universidade aos dois de fevereiro de dois mil e sete, sendo o mais o jovem de minha turma, com apenas dezessete anos de idade.
Atualmente, estou a cursar o sexto período – de oito, ou seja, faltam-me apenas dois períodos – graças a Deus, venho me esforçando ao máximo para dar o melhor... Continuo caminhando “vocacionalmente”... Tendo sempre em mente três coisas:

ü Vocação é um chamado de Deus! Não é meu nem da Igreja ou de qualquer outra congregação ou diocese... Mas, de Deus e deve ser a Ele que devo responder;
ü Deus não me escolheu devido às minhas limitações, devido ao que tenho ou ao que sou, porém, devido exclusivamente à sua graça;
ü Para tudo há um tempo (Ecl. 3, 1).

Sou um jovem sonhador, um amante incondicional por Jesus e por sua Igreja!
Caso tenham dúvidas: questionem-me!! Perguntem! Se eu achar cabível, responderei, se não, no máximo, darei o desprezo! Na verdade estou chegando à conclusão que sou tudo aquilo de bom e de belo que se manifesta em mim... e todas as minhas dúvidas!

**************************************************
Recife-PE, 02 de agosto de 2009.

Luiz Felipe Pereira de Melo.

sábado, 1 de agosto de 2009

Frase do Dia!

Os jovens têm anseios que nunca passam, enquanto os velhos têm lembranças do que nunca aconteceu

" O Senhor chamou-me desde meu nascimento; ainda no seio de minha mãe, ele pronunciou meu nome." (Is. 49, 1b).


Powxa!! Quanto tempo...

Tantas coisas deixei de escrever, de transportar para esse mundinho que só eu tenho acesso...


Hoje, nas vésperas de meu aniversário, prestes à completar vinte anos de vida, lanço-me à frente desta tela... Meditando um pouco sobre minhas ânsias, minhas referências, meus sonhos, meus onjetivos...


Mas, sobretudo, neste início de mês, dedicado às vocações, reflito sobre esta Voz que ouço a tanto tempo...

Que ouço e atento me disponibilizo a responder, tal como Samuel:


"Eis-me aqui, pois, tu me chamaste" (I Sam. 3, 5).


Pois bem, já de partida por hoje, sem mais a declarar....


Fica aqui um retrato do que estou sentindo....





domingo, 26 de abril de 2009

Minha Vocação!

Tudo me pedistes, nada Te neguei....

A criatura humana foi feita para adorar a Deus. Quando nos defrontamos e nos abrimos para Deus, ficamos abismados e admirados por Ele. A característica da adoração é essa admiração. Às vezes nem temos palavra. Ficamos boquiabertos diante do Santíssimo. Deus nos deu inteligência para saber e conhecer. Deu-nos sensibilidade. Sentimos e temos emoções. Assim, quando estivermos diante dele, sentiremos essa emoção diferente de ficar admirados, emocionados e envolvidos diante de Deus: é a oração do coração que apaixonado, oração secreta porque está envolta pela presença de Deus e que dele se ocupa de maneira ininterrupta.
O pecado original dentro de nós é como um defeito de fabricação. Muitas pessoas, ao comprarem um carro novo, percebem logo que ele apresenta defeito e o levam à oficina especializada; devido ao grande trabalho que têm acabam devolvendo o carro para a revendedora. Aquele carro já veio com defeito de fabricação, não por minha culpa e nem porque dirijo mal, mas porque o defeito já existia. Há uma criatura dentro de nós que só nos dá trabalho: a Palavra de Deus a chama de homem velho. Na verdade somos nós mesmos, só que, uma vez agraciados pelo Senhor, recebemos a efusão do Espírito Santo e um homem novo vai se formando dentro de nós.
Uma transformação vai acontecendo, porém o homem velho continua a existir. Esse homem velho nos dá trabalho porque tem defeito de fabricação, de nascença. Viemos com um defeito de fabricação que se chama pecado original e é justamente por causa desse pecado que, sem desejarmos, há em nós uma indisposição para adorar.
Às vezes você fica atrapalhado ou com vergonha pelo fato de não conseguir fazer adoração e faz de tudo para que as outras pessoas não saibam que sente essa dificuldade.
Só que infelizmente isso é algo natural, que acontece por causa do defeito de fabricação que temos: o pecado original.
Admirar Deus nos faz um bem enorme. Não é que Ele goste de ser admirado, mas é que Ele sabe que essa admiração faz bem a nós, como que recarregando nossas baterias. Nossa admiração diante de Deus nos torna mais gente, nos faz mais criaturas humanas, nos faz crescer como pessoa. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais criaturas sensíveis nos tornamos. Por isso Ele nos deu a graça de poder adorá-Lo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ele faz o que quer de mim....

Não fui eu quem chamou por Ele,
Mas foi Ele quem chamou a mim.
Não fui eu quem pensou Nele,
Mas foi Ele que bem antes pensou em mim.
Não fui eu quem O escolheu,
Mas foi Ele que escolheu a mim.
Não fui eu quem O procurei,
Mas foi Ele quem procurou a mim.
Não fui eu quem O elegi,
Mas foi Ele quem elegeu a mim.
Não fui que sonhei com Ele,
Mas foi Ele quem sonhou por mim.
Não fui eu quem quis prosseguir,
Mas foi Ele quem quis comigo ir.
Não fui eu quem quis assim,
Mas é isso que Ele quer para mim.
Não fui eu quem me atrevi,
Mas foi Ele quem dá coragem a mim.
Não fui eu quem me lancei,
Mas foi Ele quem me tirou de mim.
Não fui eu que tudo isso escrevi,
Mas foi Ele que soprou seu Espírito sobre mim.

Luiz Felipe Pereira de Melo.
Madrugada de 21 de abril de 2009.

sábado, 11 de abril de 2009



Acreditar que, apesar da escuridão do mundo atual, a luz do Cristo Ressuscitado é capaz de dissipar todas as trevas e tristes contendas do nosso coração...
Caros irmãos e amigos, desejo-vos, sinceramente, que ‘as coisas antigas’ não mais tenham importância e que, imbuídos nesta luz do Ressuscitado, possamos nos tornar ‘novas criaturas’!

Assim, evocando São Gregório de Nazianzo, faço votos de uma Feliz e abençoada Páscoa:



“Se és Simão Cireneu, toma a cruz e segue a Cristo. Se, qual o ladrão, estás crucificado com Cristo, como homem íntegro, reconhece a Deus. Adora aquele que foi crucificado por tua causa. Se és José de Arimatéia, pede o corpo a quem o mandou crucificar; e assim será tua a vítima que expiou o pecado do mundo. Se és Nicodemos, aquele adorador noturno de Deus, unge-o com perfumes para a sua sepultura. Se és Maria, ou a outra Maria, ou Salomé, ou Joana, derrama tuas lágrimas por ele. Levanta-te de manhã cedo, procura ser o primeiro a ver a pedra do túmulo afastada, e a encontrar talvez os anjos, ou melhor ainda, o próprio Jesus” (Liturgia das Horas, vol. II, p. 352).





Paz e Bem!







Páscoa de Jesus, 12 de abril de 2009.
Luiz Felipe Pereira de Melo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Deus nos fala...

"A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou". (Gl 6, 14)

Como são belas as palavras que compõem esse verso!


A Liturgia de hoje nos convida a refletir o sentido de duas palavras que se complementam: amor e doação.


“Deus amou tanto o mundo que nos deu seu Filho único”;

Damos início, com esta celebração, ao Tríduo Sacro rumo à Festa das festas.
Celebramos hoje a Páscoa de Jesus que se dá na Ceia – fazemos memória da Última Ceia de Jesus, de seu amor sem limites e da inauguração da Nova Aliança no sangue Dele derramado na cruz.

Ao celebrarmos a Ceia do Senhor, também celebramos a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio – hoje é dia do padre. Fazer memória não é simplesmente recordar um fato, mas é, antes de tudo, atualizar esse fato, torná-lo presente hoje.

Jesus manifesta o desejo de celebrar a Eucaristia com os seus discípulos, mas não sem antes ensinar-lhes seu verdadeiro sentido. Em torno de uma mesa familiar, interrompe a refeição e mostra-lhes por meio de um gesto sublime que Eucaristia e amor-serviço estão intimamente interligados.

A Eucaristia só é verdadeira comunhão se nela estiver presente a dimensão da fraternidade, do amor, da doação. Sentar-se à mesa com Jesus para celebrar a Eucaristia implica em abaixar-se para lavar os pés uns dos outros. Comungar é antes de tudo comprometer-se com o projeto de vida de Jesus. A grande lição de Jesus na última ceia, ao lavar os pés dos discípulos, foi mostrar-nos que sem a partilha da própria vida não há vida eucarística.

O evangelho de São João nos traz uma cena que ajuda a compreender um aspecto importante da vida do cristão: o serviço. Ele nos mostra Jesus amarrando à cintura uma toalha e se preparando para lavar os pés dos seus discípulos. Na segunda leitura, temos a descrição da instituição da Eucaristia.

A entrega de Jesus é total e muito concreta. Jesus oferece seu corpo, isto é, sua vida inteira, suas ações, seu modo de viver e morrer, sua disponibilidade total para o serviço do Reino. E pede que façamos memória não só da última ceia, mas de todo o sentido da sua vida.

Não foi só na hora de lavar os pés dos apóstolos que Jesus esteve a serviço: ele veio para servir e se dirigiu especialmente aos mais abandonados, excluídos de qualquer outra ajuda que não fosse o grande amor de Deus.

Jesus entrega seu corpo e sangue. É isso que recebemos na Eucaristia. Nossa vida inteira, não apenas a missa, deve carregar a memória do que ele viveu. Somos, pela Eucaristia, sinais vivos da presença do Cristo servidor em um mundo que precisa muito da nossa generosa dedicação ao projeto de Deus. Jesus instituiu a Eucaristia na ceia da Páscoa judaica. Ele também estava acostumado a fazer memória da ação de Deus em favor do seu povo.

A Páscoa era a celebração de uma aliança fundamental e libertadora. Somos herdeiros da tradição libertadora da Páscoa judaica e da nova e definitiva aliança realizada por Jesus. Fazemos parte dessa história de fé que vem de Abraão, passando por Moisés, culminando com Jesus, sendo transmitida pelos apóstolos e preservada nas Igrejas cristãs até hoje.

Não é só memória; é convite ao serviço que transforma o mundo e o coração de quem serve e de quem tem humildade para se saber necessitado da ajuda solidária de Deus e dos irmãos. Agora somos nós os encarregados de passar essa memória ao mundo que não crê e às novas gerações. Não faremos isso apenas proferindo discursos sobre Jesus. "Façam isto para celebrar a minha memória" significa: coloquem sua vida a serviço do Reino, como eu fiz, e sejam uma verdadeira família de irmãos solidários uns com os outros.



Que o Senhor nos conceda a graça de celebrar esses três dias com fiel devoção e zelo, que contemplando a dolorosa Paixão do Senhor, possamos nos alegrar com sua Vitória sobre a mesma e sobre o Pecado!

Evangelho do Dia: "Santa Ceia" e "Lava-pés" Jo 13,1-15



† Dominus Vobiscum!






Faltava somente um dia para a Festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a hora de deixar este mundo e ir para o Pai. Ele sempre havia amado os seus que estavam neste mundo e os amou até o fim. Jesus e os seus discípulos estavam jantando. O Diabo já havia posto na cabeça de Judas, filho de Simão Iscariotes, a idéia de trair Jesus. Jesus sabia que o Pai lhe tinha dado todo o poder. E sabia também que tinha vindo de Deus e ia para Deus. Então se levantou, tirou a sua capa, pegou uma toalha e amarrou na cintura. Em seguida pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha. Quando chegou perto de Simão Pedro, este lhe perguntou: - Vai lavar os meus pés, Senhor? Jesus respondeu: - Agora você não entende o que estou fazendo, porém mais tarde vai entender! - O senhor nunca lavará os meus pés! - disse Pedro. - Se eu não lavar, você não será mais meu discípulo! - respondeu Jesus. - Então, Senhor, não lave somente os meus pés; lave também as minhas mãos e a minha cabeça! - pediu Simão Pedro. Aí Jesus disse: - Quem já tomou banho está completamente limpo e precisa lavar somente os pés. Vocês todos estão limpos, isto é, todos menos um. Jesus sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: "Todos menos um." Depois de lavar os pés dos seus discípulos, Jesus vestiu de novo a capa, sentou-se outra vez à mesa e perguntou: - Vocês entenderam o que eu fiz? Vocês me chamam de "Mestre" e de "Senhor" e têm razão, pois eu sou mesmo. Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o que eu fiz - Palavra da Salvação!

Está é a noite da Ceia pascal, a Ceia em que por nós Jesus se imolou!


Acontecências....Papa destaca o sentido do sacerdócio e recorda sua ordenação


Fonte: cancaonova.com



Da Redação, com Rádio Vaticano
Paula Dizaró


"Se cultivarmos uma verdadeira familiaridade com Cristo, então poderemos experimentar a alegria da sua amizade".



O Papa Bento XVI presidiu, na manhã desta quinta feira-santa, na Basílica Vaticana, à Santa Missa do Crisma, concelebrada por cardeais, bispos e presbíteros (religiosos e diocesanos). Na celebração desta Missa os padres renovam suas promessas sacerdotais a serviço do povo de Deus..:





Em sua homilia, o papa explicou que "de fato, há apenas um único sacerdote da Nova Aliança: o próprio Jesus Cristo. Por conseguinte, o sacerdócio dos discípulos é participação no sacerdócio de Jesus. Assim, o nosso sacerdócio nada mais é que um novo modo de unir-nos a Cristo. A união com Cristo supõe renúncia."



"No 'sim' da Ordenação sacerdotal, fizemos a renúncia fundamental à autonomia, à auto-realização. No entanto, é preciso, dia após dia, cumprir este grande 'sim' entre os demais 'sins' e nas pequenas renúncias. Se cultivarmos uma verdadeira familiaridade com Cristo, então poderemos experimentar a alegria da sua amizade".



Deste processo, disse o pontífice, faz parte a oração, com a qual nos exercitamos na amizade com Cristo e aprendemos a conhecê-Lo: o seu modo de ser, de pensar, de agir. Rezar é progredir na comunhão pessoal com Cristo, expondo-lhe a nossa vida diária, nossos sucessos e falências, nossas fadigas e alegrias. É apresentar-nos, simplesmente, diante d’Ele.




Enfim, Bento XVI recordou que é importante rezar com a Igreja, celebrar a Eucaristia que é oração. Como sacerdotes, mediante a celebração Eucarística, encaminhamos os fiéis à oração. Se nos tornamos um com Cristo, aprenderemos a reconhecê-Lo de modo especial nos doentes, nos pobres, nos pequenos deste mundo; tornar-nos-emos pessoas que servem os irmãos.






Queridos amigos, concluiu o papa, nesta hora da renovação das promessas, queremos pedir ao Senhor que nos torne homens de verdade, homens de amor, homens de Deus. Peçamos-Lhe que nos torne verdadeiramente sacerdotes da Nova Aliança.






Aniversário sacerdotal de Bento XVIO Papa recordou sua própria ordenação sacerdotal, realizada há 58 anos. "Na vigília da minha ordenação sacerdotal, 58 anos atrás, abri a Sagrada Escritura, porque queria receber mais uma palavra do Senhor para aquele dia e para o meu futuro caminho de sacerdote. O meu olhar caiu sobre este trecho: 'Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade'. Então soube: o Senhor está falando de mim, e está falando comigo. Precisamente a mesma coisa acontecerá amanhã em mim. Em última análise não em pessoa. Ordenação sacerdotal significa: ser imersos n'Ele, na Verdade. Pertenço de um novo modo a Ele e assim aos outros, 'para que venha o seu Reino'. Queridos amigos, nesta hora da renovação das promessas queremos pedir ao Senhor que nos torne homens de verdade, homens de amor, homens de Deus. Peçamos que Ele nos atraia sempre mais para dentro de si, para que nos tornemos verdadeiramente sacerdotes da Nova Aliança. Amém."Terremoto em Áquila




Ao término da sua homilia, Bento XVI dirigiu seu pensamento a Dom Giuseppe Molinari, arcebispo de L’Aquila, que, por causa dos gravíssimos prejuízos causados pelo terremoto na catedral, não poderá reunir, hoje, seu presbitério diocesano, para a celebração da Missa do Crisma.




Portanto, o pontífice manda ao arcebispo de L’Aquila os santos óleos, em sinal de profunda comunhão e solidariedade espiritual. "Que estes santos óleos, disse o papa, possam acompanhar o tempo de renascimento e de reconstrução, sarando as feridas e sustentando a esperança".






A propósito, ao aceitar o pedido das autoridades civis e religiosas, o Santo Padre encarregou o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, para presidir, amanhã, em L’Aquila, ao rito de sufrágio pelas vítimas do terremoto, que abalou a capital de Abruzzo e as regiões circunstantes.





Devido à excepcionalidade do acontecimento, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, concedeu o indulto para a celebração de uma Santa Missa de sufrágio, amanhã em L’Aquila, não obstante a liturgia de Sexta-feira Santa não prevê nenhum rito ou celebração Eucarística, a não ser aqueles concernentes à "Paixão do Senhor".




Como sinal de sua participação pessoal com os que sofrem por causa do terremoto, o Santo Padre enviará também à celebração seu Secretário particular, Mons. Georg Gänswein.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Estou pensando em Deus...


"Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da virgem Maria; daí-nos participar da divindade do nosso redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,

na Unidade do Espírito Santo". AMém!

|P|A|U|S|A|

"Que eu reze não para ser preservado dos perigos, mas para encará-los de frente"
(Rabindranath Tagore).

A saudação do anjo Gabriel surpreendeu Maria. Quem era ela senão uma humilde habitante de Nazaré, cidade sem importância das montanhas da Galiléia? Mulher sem maiores pretensões do que a de ser fiel a Deus; uma virgem já prometida em casamento a José, mas sem viver conjugalmente com ele, conforme as tradições de seu povo? Afinal, que méritos tinha para ser uma agraciada", "plena da graça" divina?

Maria estava longe de compreender o projeto de Deus a seu respeito. Sua humildade de mulher simples do interior não lhe permitia pensar grandes coisas a respeito de si mesma. Quiçá tenha sido este o motivo por que fora escolhida por Deus para ser mãe do Messias. Livre de toda forma de orgulho e auto-suficiência, Maria podia abrir seu coração para receber a graça de Deus que haveria de torná-la templo do Espírito Santo. Ela tornou-se objeto da atenção divina, no seu anseio de salvar a humanidade. Deus queria contar com alguma pessoa disposta a se tornar "escrava do Senhor", e permitir que a vontade divina acontecesse em sua vida, sem objeções. Foi para Maria que se voltaram os olhares de Deus!

Tudo quanto o anjo comunicara a Maria era grande demais para o seu entendimento, e superava sua capacidade de pô-lo em prática. Abriu-se para ela uma perspectiva nova, ao lhe ser prometida a assistência do Espírito Santo. Este seria a força que lhe permitiria levar a bom termo a missão divina que lhe fora comunicada pelo anjo.



Por isso a data de hoje marca e festeja este evento que se trata de um dos mistérios mais sublimes e importantes da História do homem na Terra: a chegada do Messias, profetizada séculos antes no Antigo Testamento. Episódio que está narrado em várias passagens importantes do Novo Testamento.




A festa da Anunciação do Anjo à Virgem Maria, Lc 1,26-38, é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal, só é transferida quando coincide com a Semana Santa.

Evangelho do Dia: "Aunciação"

+ Dominus Vobiscum!

Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!".

29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30o anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim".

34Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?" 35O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível".

38Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" E o anjo retirou-se. - Palavra da Salvação!

Autodomínio; por Pe. Léo SCJ





O futuro é o tempo que será construído por nós. O passado não volta e o presente, muitas vezes, é imutável. Mas se não tivemos a oportunidade de escolher nosso passado, podemos escolher e planejar nosso futuro. Com isso, vamos nos afeiçoando às coisas lá de cima.





Buscar as coisas do alto é caminhar para uma meta que sabemos que podemos atingir.





Deus está do nosso lado. O ser humano foi criado para dominar o mundo e as coisas do mundo. Deus o criou como parceiro. Temos o Espírito Santo que nos inspira e impulsiona para as coisas de Deus. Ele, que conhece as coisas do alto, nos ensina a amá-las e a gestá-las no coração.





Não adianta nada dominarmos as máquinas se as pessoas não conseguem se dominar. O primeiro domínio que devemos exercitar é o domínio sobre nós mesmos, sobre nossos desejos, acolhendo aquilo que está de acordo com as coisas do alto e rejeitando tudo aquilo que nos atrapalha na caminhada.





A certeza da morte e da vida eterna nos ajuda nesse processo. O medo da morte ou a tentação de se achar imortal, vivendo como se a morte não existisse, é uma das grandes causas da infelicidade humana. Não adianta amenizar a morte. Ela é a nossa única certeza. Sabendo disso, devemos canalizar nossa vida para valores que vencem a morte, que ultrapassam a morte, como Jesus fez e nos ensinou.





Essa certeza deve tornar-se também um parâmetro para que possamos julgar nossas ações, palavras e pensamentos. Se não sou eterno, o que tornarei eterno com minha vida? É preciso deixar marcas de eterno por onde passamos e com quem convivemos.





Buscar as coisas do alto é saber que essa meta é possível de ser alcançada. Não é fácil. Fácil é ir para o inferno, já que não exige esforço nenhum. As coisas de Deus são sempre difíceis, porque nos apegamos demais às coisas aqui da terra. Aliás, a dor maior que sentimos em nossas perdas é exatamente a dor do apego. Achamos que tudo é nosso e vivemos a ilusão de que tudo depende da gente.





Quando temos muita coisa para olhar e para cuidar, não olhamos para o essencial, aquilo que está além do óbvio.












(Artigo extraído do livro “Buscai as coisas do alto” do saudoso padre Léo)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Música do dia...



Ah! Se pudéssemos contar

As voltas que a vida dá

Prá que a gente possa

Encontrar um grande amor...


É como se pudéssemos contar

Todas estrelas do céu

Os grãos de areia desse mar

Ainda assim...


Pobre coração

O dos apaixonados

Que cruzam o deserto

Em busca de um oásis em flor

Arriscando tudo por

Uma miragem

Pois sabem que há uma fonte

Oculta nas areias...


Bem aventurados

Os que dela bebem

Porque para sempre

Serão consolados...


Somente por amor

A gente põe a mão

No fogo da paixão

E deixa se queimar

Somente por amor...


Movemos terra e céus

Rasgando sete véus

Saltamos do abismo

Sem olhar prá trás

Somente por amor

E a vida se refaz...


Somente por amor

A gente põe a mão

No fogo da paixão

E deixa se queimar

Somente por amor...

Movemos terra e céus

Rasgando sete véus

Saltamos do abismo

Sem olhar prá trás

Somente por amor

A vida se refaz

E a morte não é mais

Prá nós!...

Estou pensando em Deus...

"Ó Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei a vosso Igreja caminha segundo vossa vontade, sem que jamais lhe faltem neste mundo os auxílios de que necessita.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo". Amém!

|P|A|U|S|A|


"A falsa ciência gera ateus, a verdadeira ciência faz com que os homem se ajoelhem diante de Deus" (Voltaire).

Hoje, 23/03/2009: Dia de São Turíbio de Mongrovejo!!!






Turíbio Alfonso de Mongrovejo nasceu na cidade de Majorca de Campos, Leon, na Espanha, em 1538, no seio de uma família nobre e rica.





Estudou em Valadolid, Salamanca e Santiago de Compostela, licenciado em direito e foi membro da Inquisição. Sua vida era pautada pela honestidade e lisura, mas, jamais poderia suspeitar que Deus o chamaria para um grande ministério.






Quando então foi nomeado Arcebispo para a América espanhola, pelo Papa Gregório XIII, atendendo um pedido do rei Felipe II, da Espanha, que tinha muita estima por Turíbio. O mais curioso é que ele teve de receber uma a uma todas as ordens de uma só vez até finalizar com a do sacerdócio, para em 1580, ser consagrado Arcebispo da Cidade dos Reis, chamada depois Lima, atual capital do Peru, aos quarenta anos de idade. Isso ocorreu porque apesar de ser tonsurado, isto é, ter o cabelo cortado como os padres, ainda não pertencia ao clero. E, foi assim que surgiu um dos maiores apóstolos da Igreja, muitas vezes comparado a Santo Ambrósio.






Chegando à América espanhola em 1581, ficou espantado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios. Aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam.






Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores. Apoiado pela população, organizou as comunidades de sua diocese e depois reuniu assembléias e sínodos, convocando todos os habitantes para a evangelização.






Sob sua direção, foram realizados dez concílios diocesanos e os três provinciais que formaram a estrutura legal da Igreja da América espanhola até o século XX. Inclusive, o Sínodo Provincial de Lima, em 1582, foi comparado ao célebre Concílio de Trento. Conta-se que neste sínodo, com fina ironia, Turíbio desafiou os espanhóis, que se consideravam tão inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios.







Quando enviou um relatório ao rei Felipe II, em 1594, dava conta de que havia percorrido quinze mil quilômetros e administrado o sacramento da crisma a sessenta mil fiéis. Aliás, teve o privilégio e a graça de crismar três peruanos, que depois se tornaram santos da Igreja: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres. Turíbio fundou o primeiro seminário das Américas e pouco antes de morrer doou suas roupas, inclusive as do próprio corpo, aos pobres e aos que o serviram, gesto, que revelou o conteúdo de toda sua vida.








Faleceu no dia 23 de março de 1606, na pequena cidade de Sanã, Peru.






Foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII, que declarou São Turíbio de Mongrovejo "apóstolo e padroeiro do Peru", para ser celebrado no dia do seu trânsito.

Sufrágios de mim mesmo...


Quem seria eu?

Permita-me, pois, voltar-me, por uns instantes para dentro de mim mesmo e lá, sozinho e afastado de todos, redescobrir-me...

Primeiro, percebo que uma resposta traz sempre um questionamento e, sendo assim, uma série de perguntas infinitas...
Definir é buscar uma finitude!

- Eis um problema!

Sei que sou ‘imagem e semelhança’ do criador (cf. Gn. 1, 27);
Vestígio da Glória do Altíssimo e Onipotente Senhor Deus do Universo;
Sei que fui criado para o louvor e glória de Cristo Jesus;
Sei que sou tão pecador;
Tão limitado;
Cheio de máculas e de chagas...
Sei que sou ferido pelo pecado;
Que sou tão frágil e limitado.

Sei que sou um ser de contradições;
Ora eu amo, ora eu abomino!
Sei que sou assim...
Não é preciso ninguém ratificar esse fato.

- Eu sou uma inconstante interrogação a mim mesmo!

Sou, talvez, o pesadelo de alguns...
De tantos, apenas um sonho!

Eu sou o livre vôo da gaivota,
Que se lança rumo ao céu desconhecido
A desbravar cada nuvem,
Experimentando a doce

E singela sensação de liberdade...

Sou, talvez, quem eu queira
Que os outros sejam a mim...
Talvez eu seja um pouco de tudo
Que eu já tenha lido e vivido...


Para uns, sou uma sequela maldita...
Para tantos, eu sou remédio que cura!

Talvez nem eu mesmo sem quem sou...

Sei que sonho muito!
E isso é tudo...



Luiz Felipe P. de Melo.
21/03/2009.

domingo, 22 de março de 2009

Pausa Poética...

“Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma./ A alma é que estraga o amor./ Só em Deus ela pode encontrar satisfação. / Não noutra alma. / Só em Deus — ou fora do mundo. / As almas são incomunicáveis./ Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. / Porque os corpos se entendem, mas as almas não.” (Manuel Bandeira).

Frases da Semana...

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que às vezes poderíamos ganhar pelo medo de tentar." [ William Shakespeare ]

"Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos..." [ William Shakespeare ]

"Sou escravo pelos meus vícios e livre pelos meus remorsos." [ Jean-Paul Sartre ]

"Um amor, uma carreira, uma revolução: outras tantas coisas que se começam sem saber como acabarão." [ Jean-Paul Sartre ]

"Resolve fazer o que deves, e não deixes de fazer o que tiveres resolvido." [ Benjamin Franklin ]

"Há homens que enlouquecem por quererem saber muito. Mas quem me aponta um só que tenha enlouquecido por querer ser bom?" [ Benjamin Franklin ]

Deus nos fala!


"Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos céus, em virtude de nossa união com Jesus Cristo. Assim, pela bondade que nos demonstrou em Jesus Cristo, Deus quis mostrar, através dos séculos futuros, a incomparável riqueza de sua graça.

Com efeito, é pela graça que sois salvos, mediante a fé. E isso não vem de vós; é dom de Deus! Não vem das obras, para que ninguém se orgulhe. Pois é ele quem nos fez; nós fomos criados em Jesus Cristo para as obras boas, que Deus preparou de antemão, para que nós as praticássemos."


(Efésios 2, 6-10).

|P|A|U|S|A|

"Não podemos julgar a cruz do próximo,pois cada um tem um peso diferente" (Antônio Isaías de Abrão).

Alegrai-vos! É chegado tempo oportuno, o 'kairós'...


Hoje a liturgia nos convida a nos alegrar porque se aproxima a Páscoa, o dia da Vitória de Cristo sobre o Pecado e sobre a Morte... Eis que um novo tempo está próximo! A antífona inicial resume, pois, toda a centralidade da nossa celebração de hoje: Alegrai-vos - é o Senhor da Justiça que nos convida - pois a Festa das festa está mais próxima!





No meio da Quaresma, na metade do caminho para a a Celebração da Ressurreição do Senhor, a Igreja nos convida à alegria pela aproximação da Santa Páscoa. Daí hoje a cor rosácea (um tom amis leve) e as flores na igreja. “Alegra-te, Jerusalém!” – Jerusalém é a Igreja, é o Povo santo de Deus, o Novo Israel, é cada um de nós... Alegremo-nos, apesar das tristezas da vida, apesar da consciência dos nossos pecados! Alegremo-nos, porque a misericórdia do Senhor é maior que nossa miséria humana!




Inspirandos na primeira leitura da liturgia de hoje, que narra o convite ao povo exilado para regressar a Jerusalém e reconstruir o templo do Senhor, todos nós somos convidados a refletir sobre o regresso à nossa terra, é-nos feito um audacioso convite, retornar às nossas origens e, evocando o Poverello de Assis, "pois pouco ou nada fizemos".




Não muito diferente da realidade do povo da Antiga Aliança, essa também é a nossa. Somos infiéis e incapazes de propagar esse Deus que nos retirou da condição de escravos e nos deu uma nova vida. Já deveríamos ter visto isso claramente a essa altura da Quaresma! É trágico, na primeira leitura, o resumo que o Livro das Crônicas traçou da história de Israel: “Todos os chefes dos sacerdotes e o povo multiplicaram suas infidelidades, imitando as práticas abomináveis das nações pagãs. O Senhor Deus dirigia-lhes a palavra por meio de seus mensageiros, porque tinha compaixão do seu povo. Mas, eles zombavam dos enviados de Deus, até que o furor do Senhor se levantou contra o seu povo e não teve mais jeito”. Com estas palavras dramáticas, o Autor sagrado nos explica o motivo do terrível e doloroso exílio da Babilônia: Israel fez pouco de Deus, virou-lhe as costas; por isso mesmo, foi expulso do aconchego do Senhor na Terra que lhe fora prometida, perdeu a liberdade, o Templo, a Cidade Santa, e tornou-se escravo no Exílio de Babilônia. Aqui aparece toda a gravidade do pecado, que provoca a ira de Deus! É sempre essa a conseqüência do pecado: o exílio do coração, a escravidão da vida!




Mas, ao mesmo tempo, e diria até de forma paradoxal, Deus em sua infinita misericórdia, Se-nos dá através de seu único Filho, O qual Ele pôs todo o seu agrado... "Deus é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo. E por graça que vós sois salvos"! Assim nos fala o apóstolo Paulo na segunda leitura... A misericórdia do Plano Salvífico de Deus se concretiza em Jesus Cristo. Como também diz São Paulo, "é pela graça que nós fomos salvos" e, é este o motivo de nossa alegria... Fomos salvos pois Deus lançou suas vistas sobre as nossas misérias, se compadecendo de nós, nos deu a vida de seu Filho... O perfeito sacríficio, a própria imolação pascal.!




Fica assim evidente a atitude que deve ter o homem diante dos acontecimentos que vive e dos quais é protagonista. Deve saber colher, em sua fatualidade, a "palavra" de Deus. Fazer a verdade é compreender esta palavra. Crer em Cristo é receber a luz que dá sentido ao que acontece. Isto não é uma conquista nossa, é um dom de Deus, dom que, fazendo-nos compreender sua vontade, salva-nos (evangelho e 2ª leitura). Toda a nossa vida e a história adquirem sentido, definem um plano que se realiza no tempo.




O relato evangélico, em consonância com as leituras anteriores, vem nos comunicar sobre o Amor... São João, considerado o evangelista do amor, é aquele que tão sabiamente define Deus como sendo "amor". O Senhor, com palavras comoventes, explica a Nicodemos a sua missão: “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho unigênito, para que não morra todo aquele que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. Eis aqui, a chave de interpretação de toda a Liturgia da Palavra de hoje... Alegremo-nos, pois, Deus nos deu seu Filho para que nós não morréssemos...




Porque “estávamos mortos por causa de nossos pecados”, Deus, na sua imensa misericórdia, nos deu a vida no seu Filho único. Vede, irmãos: há duas realidades que são bem concretas na nossa existência. Primeiro, a realidade do nosso pecado. Nesta metade de caminho quaresmal, é preciso que tenhamos a coragem de reconhecer que somos pecadores, que temos profundas quebraduras interiores, paixões desordenadas, desejos desencontrados que combatem em nós... Quantas incoerências, quantos fechamentos para Deus e para os outros, quantas resistências à graça, quantas máscaras!




É preciso que nos libertemos, pois, de tudo aquilo que nos impede de bem celebrarmos a Páscoa do Senhor, para que não mais sejamos os mesmos, porém, novas criaturas!




Também hoje há quem lamente a destruição dos privilégios - das instituições cristãs -, e não saiba ver o valor profundo dessa situação, suscetível de uma leitura aberta e cheia de esperança. Se a Igreja não goza mais de privilégios e atenções, se caminhamos para uma situação de "diáspora", e o momento da fidelidade interior (talvez obscura), do apoio que vem não mais de uma sociedade cristã, mas de pequenas comunidades que encontram sua força na meditação da palavra de Deus. É uma esperança lúcida e penosa numa nova primavera da Igreja, cujo tempo e cujas modalidades cristão nas mãos de Deus.



Neste ano em que a Igreja do Brasil nos convida à reflexão sobre Segurança Pública, precisamos perceber que, como canta o hino da CF:


"É vão punir sem superar desigualdades; É ilusão só exigir sem antes dar. Só na justiça encontrarás tranquilidade; Não-violência é o jeito novo de lutar."


Desarmemos, pois, os nossos corações e, inspirados pelo Espírito da Verdade, possamos nós chegarmos à Pascoa de Jesus transformados pelo amor... Amor este que é evidenciado no ato de entrega do Cristo na cruz, onde, ela - a cruz - foi o trono que Jesus possuiu aqui na terra.




Recordemos que hoje, no Evangelho, após mostrar o imenso amor de Deus pelo mundo, a ponto de entregar o Filho amado, Jesus nos previne duramente: "Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito”. Ora, caríssimos, acreditar no nome de Jesus não é aderir a uma teoria, mas levá-Lo a sério na vida pelo esforço contínuo de conversão à sua Pessoa divina e à sua Palavra Santa!


Crede, irmãos, crede, irmãs! Crede não com palavras vãs! Crede com o afeto, crede com o coração, crede com os lábios, mas, sobretudo, crede com as mãos, com os vossos atos, com a prática da vossa vida! De verdade creremos na medida em que de verdade nos abrirmos para a sua luz; pois “o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz”.


Coragem! Ponham-se a caminho! Olhem o futuro com esperança, confiem nas promessas de Deus e vivam na sua Verdade... Alegrem-se, não esmoreçam!


Que o Senhor nos dê a graça de ver realisticamente nossos pecados, reconhecê-los humildemente e confessá-los sinceramente, para celebrarmos verdadeiramente a Páscoa que se aproxima e dela participar eternamente na glória do céu.



Luiz Felipe P. de Melo.


IV DOMINGO DA QUARESMA; ANO B

22 de março de 2009.

Evangelho de Domingo - Jo 3, 14-21





† Dominus Vobiscum!





Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 14"Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer; mas tenha a vida eterna.

17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.

19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram mas. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas, quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus. - Palavra da Salvação!

Hoje é Domingo: O dia do Senhor!



"Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações" (Is 66, 10-11).

sexta-feira, 20 de março de 2009

Hoje, dia 20/03/2009: Dia de Santa Maria Josefina do Coração de Jesus Sancho de Guerra!!!





Maria Josefina era a primogênita de Barnabé Sancho, serralheiro, e de Petra de Guerra, doméstica. Nasceu em Vitória, Espanha, no dia 07 de setembro de 1842, tendo recebido o batismo no dia seguinte.





Ficou órfã de pai muito cedo e foi sua mãe que a preparou para a Primeira Comunhão, recebida aos dez anos.






Completou a sua formação e educação em Madri na casa de alguns parentes, e desde muito cedo começou a demonstrar uma grande devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, uma forte sensibilidade em relação aos pobres e aos doentes e uma inclinação para a vida interior. Regressou a Vitória aos dezoito anos e logo manifestou à sua mãe o desejo de entrar num mosteiro, pois se sentia atraída pela vida de clausura.





Mais tarde, costumava dizer: "Nasci com a vocação religiosa". Foi assim que decidiu entrar no Instituto Servas de Maria, recentemente fundado em Madri por madre Soledade Torres Acosta. Com a aproximação da época de fazer sua profissão de fé, foi assaltada por graves dúvidas e incertezas sobre sua efetiva chamada para aquele Instituto. Admitiu essa disposição à vários confessores, chegando até a dizer que tinha se enganado quanto à própria vocação.







Mas, os constantes contatos com o arcebispo de Saragoça, futuro Santo, Antônio Maria Claret e as conversas serenas com madre Soledade Torres Acosta, amadureceram nela a possibilidade de fundar uma nova família religiosa, que se dedicasse aos doentes, em casa ou nos hospitais. E foi assim que aos vinte e nove anos ela fundou o Instituto das Servas de Jesus, na cidade de Bilbao, em 1871. Depois por quarenta e um anos, foi a superiora do Instituto. Acometida por uma longa e grave enfermidade que a mantinha ou no leito ou numa poltrona, sofreu muito antes de seu transito, sem contudo deixar sua atividade de lado.







Através de uma intensa e expressa correspondência, solidificou as bases dessa nova família. No momento da sua morte, em 20 de março de 1912, havia milhares de religiosas, espalhadas por quarenta e três casas.






A sua morte foi muito sentida em toda a região e o seu funeral teve uma grande manifestação de pesar. Os seus restos mortais foram trasladados para a Casa-Mãe, em Bilbao, onde ainda se encontram. Os pontos centrais da espiritualidade de madre Maria Josefina podem definir-se como: um grande amor à Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus; uma profunda adoração do mistério da Redenção e uma íntima participação nas dores de Cristo e na Sua Cruz; e a completa dedicação ao serviço dos doentes, num contexto de espírito contemplativo.







O seu carisma de serviço aos enfermos ficou bem claro nas palavras por ela escritas: "Desta maneira, as funções materiais do nosso Instituto, destinadas a salvaguardar a saúde corporal do nosso próximo, elevam-se a uma grande altura e fazem a nossa vida ativa mais perfeita que a contemplativa, como ensinou o Doutor angélico, São Tomás d'Aquino que falou dos trabalhos dirigidos à saúde da alma, que vêm da contemplação" (Directorio de Asistencias de la Congregación Religiosa Siervas de Jesús de la Caridad, Vitória 1930, pág. 9).







É com este espírito, que as Servas de Jesus têm vivido desde a morte de Santa Maria Josefina. O serviço dos doentes tornou-se, assim, a oblação generosa das suas vidas, seguindo o exemplo da sua Fundadora. Hoje espalhadas pela Europa, América Latina e Ásia, as Servas procuram dar pão aos famintos, acolher os doentes e outros necessitados, criar centros para pessoas idosas, desenvolvendo sempre a pastoral da saúde e outras obras de caridade.







Elas também estão presentes em Portugal. A causa da canonização de madre Maria Josefina começou em 1951; foi solenemente beatificada pelo Papa João Paulo II em 1992 e depois canonizada em 01 de Outubro de 2000, pelo mesmo pontífice, em Roma.