quinta-feira, 29 de abril de 2010

Canção dos Imperfeitos!

E se for pra semear a esperança num jardim

E se for pra desculpar uma criança eu digo sim

E se for pra perdoar não tenho escolha

Também sou pecador, também preciso de perdão



Não sou santo e não sou anjo e nem demônio eu sou só eu

Imperfeito, insatisfeito, mas feliz, assim sou eu

Eu sou contradição, eu sou imperfeição, só deus é coerente

Já sorri, já fiz feliz, já promovi, já elevei

Já chorei. já fiz chorar, já me excedi, já magoei

Eu tenho coração mas sou contradição só deus acerta sempre



Por isso eu canto esta canção, canção de amor arrependido

Ao deus que é pai, ao deus que é paz, ao deus que é luz,

Ao deus que é vida



E quando a gente cai deus age como pai

Perdoa, perdoa

E torna a perdoar e ensina o como amar

Eu sou contradição mas deus, ele é perdão.

(Pe. Zezinho)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A dimensão da angústia e da existência dada segundo o pensamento existencialista de Sören Kierkegaard (1813 – 1855)




"Fiz-me abandonar
No mundo
Provando desertos

Em direções de sóis
Em crepúsculos
E
serenidade de luz.

Escavei meu rosto
No chão cotidiano
Até encontrar a caveira
De minhas verdades
E escrever no céu
Um grito liberdade"

(Hamlet).


O filosofo dinamarquês Sören Kierkegaard foi um sujeito atormentado e angustiado devido aos desgostos em sua existência. Caçula de uma família de sete filhos, ele nasceu em Copenhague. A influência do pai é decisiva quanto da melancolia do filósofo. Viúvo, ao contrair segundas núpcias, o pai de Kierkegaard vive esse segundo casamento como se fosse uma traição à sua falecida esposa. A educação daquele filho mais novo será marcada por esse sentimento de culpa, marca da educação cristã que recebeu de sua família, “assimilando um cristianismo sem comprometimento e estigmatizado pelo pecado[1]”.

Fazer a pergunta fundamental: o que devo fazer? É para o filósofo o próprio método e o momento existencial no qual o ser humano procura responder à própria existência. Parece-nos, pois, que Kierkegaard é o primeiro a se debruçar sobre a temática que circunda a existência do homem, distinguindo-a de sua essência e, sobretudo, colocando para nós, através do episódio bíblico, o paradoxo que se estabelece entre a fé e a moral[2]. Diz-se que, enquanto Karl Marx operou uma ‘reviravolta’, Kierkegaard questiona esse indivíduo frente ao sistema[3]. Ou seja, para ele, o indivíduo deveria “apresentar-se” para não se perder daquele (sistema); ora, o sistema não mais poderia explicar o indivíduo. Nesse sentido, o indivíduo não poderia ser conceitualizado. Kierkegaard utilizara-se do exemplo de Abraão – o Pai da Fé – o qual escolheu realizar a vontade de Deus, a tal ponto de sacrificar a vida de seu próprio filho e, ressalta Kierkegaard, mesmo contra o sistema[4]. Como bem sabemos, ele formulara uma concepção existencial, por assim dizer, a qual compreenderia a três fases distintas, as quais “desembocariam”, nesse sentido, no “mar da paixão”. Onde a fase ética, assemelhar-se-ia a uma ‘farsa’, a um “embuste”, pois as regras “encobririam” o ato de liberdade e, nesse sentido, através da dimensão estética, o indivíduo passaria a ‘atuar’ num contexto de comédia, ao se voltar para o prazer e para puro entretenimento. Já na dimensão religiosa, esta “trama” passa a ter características de tragédia, porque a sua “força propulsora” é a paixão[5]. A grande guinada, por assim dizer, que Kierkegaard dá, é a forma de como ‘traduzir’ essa fé de Abraão; ele enfatiza que é esse Abraão, homem de fé – a viver o paradoxo – circunscrito em um clima de angústia e não desespero. A existência, desse modo, seria marcada por uma angústia constante entre “sim” e o “não”. Ora, o indivíduo ao se decidir, rompe com um dos lados, pois como o próprio nome nos diz, “de-cindir”. Essa decisão é a paixão, é esta quem afirma o homem. Sendo assim, a existência se dá num “salto”, no próprio arriscar-se a si mesmo – na fé[6]. O conceito, tal como o “sistema”, toma a existência passada, de forma que, nenhum destes, comporta em-si a existência de fato. Como o homem está constantemente optando, a vida, desse modo, não mais pode ser entendida como um conceito fechado, mas, o próprio fluir. Remetendo-nos, pois, ao conceito grego de “alethéia”; ‘aquilo que se apresenta, mas sempre reserva algo para si’. A partir dessas relações, nos encontramos frente à problemática relação do ‘infinito’ e do ‘finito’, aonde o “eu” vem como um terceiro termo. Eis, então, a chave de todo o pensamento existencial de Kierkegaard: a escolha. Fora ele quem brilhantemente colocara o conceito de escolha enquanto autenticidade da existência humana. Ou seja, as escolhas comprometem a própria vida – isto não fora, pelo menos no plano filosófico, nada inovador, pois, Agostinho percebera o homem, só é homem enquanto um ser de vontade e de escolhas. O ser humano mantém-se entre a dúvida e a fé, onde só se passa esse estágio num “salto”, o salto existencial de escolher e acolher algo como sendo essencial e verdadeiro à vida. Esta é a resposta que a fé nos oferece. A existência é e permanecerá sempre falta, uma “ascensão inacabada e inabalável[7]. Não cessamos de aspirar a uma plenitude enquanto vagamos no meio de uma incerteza infinita; é com a própria incerteza que nos demos contentar como verdade. O sentido autêntico da existência é viver-para-a-morte, pois o homem é um ser angustiado e voltado para a morte. Essa experiência não é um dado intelectivo, e sim, comprova-se no dado existencial, que é a angústia. Essa angústia, dado existencial que impulsiona o homem a compreender o sentido de viver, pode ser compreendida como sendo onipresente. Ela envolve o ser humano como um todo. Todos os socorros e todas as proteções são ineficazes para debelá-la. O homem sente-se completamente perdido e desolado. Só em Deus ele tem a resposta para o seu desterro. Não tendo coisa alguma no e do mundo como causa, a angústia teria sua fonte no mundo como um todo e em estado puro. O mundo surge diante do homem, aniquilando todas as coisas particulares que o rodeiam e, portanto, apontando para o nada. Este é o momento em que a fé dá ao humano a força e o impulso do salto em direção ao inesgotável mistério da confiança em Deus e da esperança nele.



[1] Huisman, Denis. História do Existencialismo. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2001, p. 38

[2] Moral esta, que passa a ser percebida enquanto “razão-de-ser”

[3] Sistema, enquanto “unidade”, “fechamento”, “hermeticidade”; isto é, aquilo que somente volta-se ao passado, sendo este, pronto, acabado. Pressupondo, assim, uma verdade dada.

[4] Mesmo contra a moralidade social, fazendo com que percebamos que Abraão estaria disposto a superar o sistema.

[5] Paixão em seu sentido primeiro; “a paixão da fé”. Isso nos faz até cair num chavão: “onde há paixão, há angústia, há dor”.

[6] Fé, aqui entendida como ‘um mergulhar no absoluto o qual não pode ser conceitualizado’.

[7] Huisman, 2001, p. 43

domingo, 25 de abril de 2010

Razões Porque sou Católico





1º - A Igreja Católica tem como seu fundador o próprio Jesus Cristo ( Mt 16,18-19)

2º - A Igreja Católica é governada segundo a forma bíblica: bispos (Atos 20,28; Flp 1,1; Tt 1,8), presbíteros = anciãos (Atos 15, 2-6,21,18; 1Pdr 5,1) e diáconos (Atos 6, 1-6).

3º - A Igreja Católica comprova a sua autoridade com a sucessão apostólica.

4º - A Igreja Católica foi confirmada por Deus e inaugurada para o mundo com a vinda do Espírito Santo em Pentecostes (Atos 2).

5º - A Igreja Católica segue a advertência bíblica contra as divisões, cismas e sectarismo (Mt 12,25; 16,18; Jo, 10,16; 17,20-23; Atos 4,32; Rom 13,13; 1Cor 1, 10-13; 3,3-4; 10,17; 11,18-19; 12,12-27; 14,33...).

6º - A Igreja Católica está fundamentada na autoridade da Bíblia (Hbr 4, 12-13; 2Tm 3,16-17; da Tradição, isto é, o conteúdo da doutrina cristã vindo desde o começo do cristianismo que garante a continuidade da única e mesma mensagem de Cristo (2Ts 2,15 consultar Bíblia de Jerusalém e a versão protestante João Ferreira de Almeida; 1Cor 11,2) e do Magistério, isto é, a palavra do papa e dos bispos unidos a ele (Mt 16,19; Lc 10,16).

7º - A Igreja Católica recebeu a missão de ensinar a verdade e cuidar da sã doutrina ( Mt 28,19-20 e Atos 2, 42), e assim evitar o erro das interpretações particulares que provocam discussões e diversidades. Ela é "coluna e sustentáculo da verdade"(1Tim 3,15).

8º - A Igreja Católica conservou a Bíblia com todos os livros do antigo Testamento (46 livros), conforme o uso dos primeiros cristãos e confirmado pelos Concílios regionais de Hipona (393), Cartago III (397), Cartago IV 9419) e Trulos (692). E, quanto ao Novo Testamento, inspirada por Deus, estabeleceu os 27 livros. Foi ela também quem dividiu a Bíblia em capítulos e versículos para facilitar a sua leitura.

9º - A Igreja Católica em os sete sinais da graça de Deus: os sacramentos. O Batismo (Mt 29,19), Crisma (Atos 8,18), Eucaristia (Mt 26,26-29), Matrimônio (19,3-9), Unção dos Enfermos (Tg 5,13-15), e a Ordem (instituído por Jesus durante a Última Ceia, quando disse aos seus apóstolos na Última Ceia: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19).

10º - A Igreja Católica acredita que o batismo é necessário para receber a salvação (Mc 16,16), o perdão dos pecados, o Espírito Santo (Atos 2,38) e tornar-se membro da Igreja (Atos 2,41).

11º - A Igreja Católica continua a conceder o sacramento da Crisma do mesmo modo como no passado (Atos 8,18, isto é, pelos bispos, sucessores dos apóstolos.

12º - A Igreja Católica crê na presença real de Jesus na Eucaristia (Jo 6,51.53-56). Ela vive fielmente as palavras da Última Ceia: "Isto é o meu corpo, que é dado por vós... Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós" (Lc 22,19.20).

13º - A Igreja Católica mantém a prática de dar uma nova oportunidade de perdão dos pecados através dos sacramentos da penitência ou confissão, conforme a vontade de seu fundador (Jo 20,23).

14º - A Igreja Católica professa ser o matrimônio indissolúvel, conforme o ensino de Seu fundador (Mt 19,3-9). e ao mesmo tempo tem misericórdia e acolhe com amor aqueles(as) que passaram pela dura experiência da separação.

15º - A Igreja Católica continua o sacerdócio instituído por Jesus Cristo na Última Ceia (Lc 22,14-20), e continuado desde a Igreja primitiva (Atos 6,6; 14,22; 1Tm 4,14; 2Tm 1,6) até os nossos dias.

16º - A Igreja Católica continua a prática da Unção dos Enfermos para pedir a cura para o espírito, alma e corpo, conforme o ensino bíblico (Mc 1,13; 1Cor 12,9; Tg 5,14-15) e a prática dos primeiros cristãos passada de geração em geração até aos nossos dias.

17º - A Igreja Católica venera a Virgem Maria conforme uma profecia bíblica (Lc 1,48) e a vontade do próprio Jesus (Jo 19,25-27).

18º - A Igreja Católica professa quatro verdades fundamentais sobre Maria: ela é a mãe de Deus (Lc 1,43); permaneceu virgem antes, durante e depois de dar a luz ao filho de Deus (Mt 1,16.18); em vista do seu divino Filho foi concebida sem pecado (Imaculada Conceição) (Lc 1,28); terminado o seu tempo na terra foi elevada ao céu em corpo e alma (Assunção) (Ap 12,1-14).

19º - A Igreja Católica aceita a autoridade dos Concílios Ecumênicos realizados desde o início do Cristianismo (Atos 15), e no decorrer dos séculos foram definindo a doutrina cristã.

20º - A Igreja Católica crê na doutrina bíblica do céu (1cor 2,9; Ap 21,3-4), inferno (Mc 9,43-44) e no valor da oração pelos mortos (2Mac 12,39-45; 1Cor 3,11-15; Tb 12,12; 1Cor 15,29; 2Tm 1,16-18).

21º - A Igreja Católica acredita na eficácia da intercessão da Virgem Maria e dos santos, conforme o testemunho apresentado pela própria Escritura (Gn 18,23-31; Ex 32,11-14; Rom 1,9; Tg 5,16), e o testemunho de cristãos que atribuem as graças alcançadas à intercessão dos santos e santas.

22º - A Igreja Católica crê na existência dos anjos, e também na eficácia do seu auxílio (Ex 23,20-23; Tb 3,25; Sl 90,11).

23º - A Igreja Católica acredita que cada pessoa tem um anjo da guarda (Sl 33,8; Mt 18,10; Atos 12,15; Hbr 1,14)

Fonte: Quem fundou a Igreja Católica? (Pe.A.L.G.)
Texto extraído do panfleto explicativo, ano 2005, paróquia São José - Belo Horizonte e Basílica de São Geraldo em Curvelo - MG

A † Ω "...e as portas do inferno não prevalecerão contra a minha Igreja - diz o Senhor" (Mt. 16, 18).

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Turbulência





Eu estou vivendo um intenso e decisivo momento em minha vida...
Ao certo não sei bem o que está ocorrendo:
num misto de angústia, dor e, por outro lado, alegria e realização, lanço-me frente ao nada do que fui e a inconstante perturbação do que pretendo vir-a-ser.


Tão frágil, tão amante!
Tão passional!
Tão vidente!


Vou me arriscando a cada dia...
Oh, vidinha sem utilidade...
Sem graça!
A mesmice que cerca:
as mesmas pessoas, as mesmas práticas... Rotina!



Cansei de tudo isso!

Sinto-me afastado, distanciado de meus sonhos

terça-feira, 20 de abril de 2010

Tu respondes por ti...



Por quê?!

Se tu não gostas de ti, quem de ti irá gostar?

Se não te orgulhas do que fazes, quem se orgulhará?

Se não tens respeito por tuas ações, quem haverá de ter?

Se não sentes entusiasmos em teus trabalhos, quem irá sentir?

Se não dás crédito às tuas decisões, quem nelas acreditará?

Se não te alegras com a vida que tens, quem mais alegrar-se-á?

Se fores capaz de enganar a ti mesmo, a quem deixará de enganar?

Se ainda não aprendestes a conjugar o verbo “Compreender”, como queres conjugar o verbo “Amar”?

Se destruíres todos os caminhos que te trazem afeto, por que choras com a solidão?

Se teimares em semear o mal e a tristeza, por que te surpreendes quando germinam as decepções?

Caso persistas em viver do ontem, como não temerás o amanhã (o novo)?

Se oscilares entre o passa e o futuro, como podes desfrutar do presente (o agora)?

Se não te dispões a perdoar as faltas alheias, com que direito esperas que os outros te perdoem?

Se nunca partilhas, como podeis querer que os outros dividam contigo?

Se não prestas atenção, como queres ser o centro de tudo?

Se tu não pões em prática aquilo em que crês, como esperas a tua salvação?

Se não possuis sonhos, nem fé, nem tens entusiasmo; por que acusas o mundo de ser tão árido, frio e sem bondade?

Se não buscais as coisas do alto quando estás bem, por que esperas em Deus no momento de agonia?

Se não dás valor ao que os outros fazem por ti, como quereis que os mesmos de ti se compadeçam?

Se não dás valor à tua Igreja, como quereis ao término da caminhada existencial chegar à Jerusalém Celeste?

“Chegai-vos a Deus, e Ele chegar-se-á a vós” (Tg. 4 8).

segunda-feira, 19 de abril de 2010

VENTANIA




Eu queria ser como o vento,

Que passa e toca.

Às vezes impulsiona,

Outras, somente toca.

Eu queria ser como a lua,

Esperada pela noite

E expulsa pelo dia.

Eu queria ser como a água,

Que cai do céu,

Que limpa, que lava.

Eu queria ser como o tempo,

Que é, que foi e será.

Eu queria ser apenas um livre pensamento

Que flui e diz tudo num único segundo.

Que estremece e esquece.

Eu queria ser como as rosas,

Que são belas e cobiçadas.

Ainda por cima, são por Deus perfumadas.

Eu queria ser como uma onda,

Que vai e volta,

Mas que continua uma onda.

Eu queria ser o intempérie tão natural

Que passa pela tua vida,

Mas que não te deixa mais igual.

Eu queria ser apenas a boca

Que se enche de desejo,

Que se abre e se encanta com teus beijos.

Eu queria ser como um abraço,

Que foge, que corre.

Mas, sempre se encontra no mesmo braço.


Eu queria ser apenas um agasalho

Para que nas noites frias

Eu pudesse te aquecer.

Eu queria ser como o fogo,

Que aquece e ilumina.

Que queima e fascina. (Recife-PE, 02 de março de 2010)