quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O que de ti em mim ficou?




Em mim, nitidamente,
restou um vazio.
Lacuna antes ocupada
pelo inexorável brilho dos teus olhos.

Em mim ficou a saudade,
desbaratinada e loucamente aguda.
Aflita e miúda.

Em mim, restaram apenas
os dias finitos de convivência.
Ardência, intensa.

Em mim ficou teu cheiro
amiúde, frondoso.


Em mim ficou a lembrança
do que foi vivido
e jamais será esquecido.





Luiz Felipe P. de Melo
01/09/2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Infante

















Ai! Que saudade da minha inocência primeira
Que a delonga dos anos não traz mais!
Saudades do tempo de criança quando brincava
De ser adulto sem compromisso algum!
Hoje também brinco.
Brinco de ser criança, descompromissando-me!
Brincava outrora de ser adulto,
Fugindo da candura
Que me era peculiar.
Brincando, eu brinquei de ser gente.
Hoje, brincando,
Na verdade eu só queria ser inocente.
Talvez seja isso,
O que venha a fazer:
Fugindo, fugi de mim mesmo.
Agora, tarde demais,
Encontrei-me sem querer.
Desfiguradamente,
Nem sei mais quem sou.
Apenas sei
Que um dia eu não amei
Quem antes me amou.


Luiz Felipe P. de Melo.
Segunda-feira/ 29 de agosto de 2011.

domingo, 28 de agosto de 2011

Sem ti, vida minha, vejo-me cativo!




Em mais uma noite escura e fria,
Lancei-me sobre as ruas da cidade
Em busca, quem sabe,
Daquele por quem meu peito palpita.
Quiçá, em busca daquilo que já havia perdido
Há certo tempo, cujo nome
Está inscrito nas paredes do passado.
Parece-me, pois, que outrora se intitulava
De Felicidade.
Mas, a final, ela existe?
Creio que sim!
Anda por aí, perdida e loquaz.
Convence-se fácil quem pensa
Que a retém.
Porém, se entristece com maior rapidez
Quem percebe que a mesma é apenas um fluído.
Alegro-me, pois, em intuir que
Outrora já a conheci.
Animo-me também, porque acredito
Ser mais fácil agora encontrá-la.
É por isso mesmo
Que agora parto...
Parto por estas ruas tão torpes,
Tão fugazes e entediantes,
A procurar quem antes eu havia encontrado,
E que por um descuido, ela de mim se perdeu.
Eis, pois, minha agonia latente,
Minha perturbação-existente!
Oh, cruel vida! Oh, crueldade de vivente!

Luiz Felipe P. de Melo.
Domingo/ Recife, 28 de agosto de 2011.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Rouquidão!


Minha voz se esvaí e, com o tempo, tudo se torna fúnebre!

Parece, de início, algo negativistas, pessimista,

Mas, por outro lado, pode ser apenas um surto psicótico!

Algo talvez ainda inexplicável,

Que me vem pelo gosto amargo das lembranças que me restam.

Quiçá eu esteja fatigado desta vil vivência,

Destas maledicências inoportunas de outrem.

Deste “povinho” que nada tem a oferecer,

A não ser, críticas sem nenhum embasamento.

Ahr, cansei dessa monotonia!

Dessa incansável busca de mim!

Cansei de hipertrofia, dessa paralisia,

De uma hipocrisia maldita e sem fim!

Sem muito a dizer, por hoje me despeço

E logo que tropeço,

Cai no reverso de um outono em mim.

Luiz Felipe Pereira de Melo.

Sexta-feira/ 26 de agosto de 2011.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Retornando...


Meio que sem inspiração, descompassadamente, eis que me lanço sobre esta fugaz folha em branco, para narrar a desdita de um pobre sonhador. Para retratar aqui as imagens que minh’alma insiste em querer contemplar, mesmo que ansiosa, mesmo que depressiva, ela detém “em-si” toda a beleza daquele ebúrneo palácio encantador.

Não sei ao certo como é que vim novamente aqui parar, nem tampouco através de que, apenas sei que os meus pés empoeirados, guardam os resquícios daquela terra bendita e juntamente com ela todos aqueles sonhos.

No momento sei que não devo me deixar seduzir por nada e nem ninguém. Não posso manter os pés fixos à uma dada estrutura, mas, pelo contrário, é necessário reconhecer que eu fui feito para alçar grandes vôos. Assim sendo, preso a algo, isto me impede de voar!

Por isso, o meu desejo para o hoje é quem sabe o de possuir asas! Sim, um belo par de asas! Capaz de me transportar para um mundo ainda incognoscível, distante desta rotina que me cerca e me aflige, capaz de me retirar desse abismo inoportuno e me lançar ao meu nada existencial, impulsionando-me a transformar os sinais de morte em vestígios de eternidade.

Que toda a minha vida seja isso: sinal de eternidade, desejo de eternidade! Que tudo que eu venha a fazer, expresse a eternidade, seja índice de eternidade! E o mais... o mais, como o nome já indica, virá por acréscimo e disto eu tenho plena convicção!

Luiz Felipe P. de Melo.

Recife-PE/Quinta-feira, 25 de agosto de 2011 A.D.