Adoro-Te
Eu te adoro, ó Cristo, Deus Santo no Altar,
Em Teu Sacramneto, vivo a palpitar!
Dou-te sem partilha, vida e coração,
Pois de amor me inflamo na contemplação!
Tato e vista falham, bem como o sabor,
Só por meu ouvido tem a fé vigor:
Creio o que dissestes, ó Jesus, Meu Deus!
Verbo da Verdade vindo a nós dos céus!
Tua divindade não se viu na cruz,
Nem a humanidade vê-se aqui, Jesus!
Ambas eu confesso como o bom ladrão
E um lugar espero na eternal mansidão!
Não me deste a dita, como a São Tomé,
De tocar-Te as chagas eu tenho fé!
Faze que ela cresça como o meu amor,
E a minha esperança tenha novo ardor!
Dos Teus sofrimentos é memorial
Este Pão da Vida, Pão Celestial!
Del eu sempre queira mais me alimentar,
Sentir-lhe a doçura divinal sem par!
Bom Pastor piedoso, Cristo, Meu Senhor,
Lava no Teu sangue, a mim, tão pecador!
Pois que uma só gota pode resgatar
Do pecado o mundo e o purificar!
Ora Te contemplo sob espesso véu,
Mas desejo ver-te um dia e de Te gozar
Nessa doce Pátria e sem fim Te amar.
Amém!
(São Tomás de Aquino)
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