terça-feira, 17 de setembro de 2013

Um simples olhar...




Cada vez mais deixo-me convencer de que o que nos faz se "apaixonar" - e aqui, uso o sentido mais extenso - uns pelos outros, não é o que o "outro" nos fala, mas, é o jeito como ele lança o seu olhar sobre o nosso "eu".

Porque no jeito que o outro me olha, há duas possibilidades: ou ele me diz "eu já sei quem é você" (e isso impede qualquer outra experiência, pois, ele se fecha no contato primeiro) ou então ele me diz "eu nem imagino quem é você" (abrindo-se, assim, à uma gama de possibilidades).

Ah! Que bela mística a do olhar! Por isso costumo afirmar que ele - o olhar - é apaixonante sempre; porque ao olhar o outro, sempre descobre-se o que ele pensa de você (na verdade, como ele, o outro, é capaz de me olhar), mesmo que ele não diga nada, mesmo que ele não fale absolutamente nada, é assim: tão simples, tão singular.

Quiçá, seja essa a encantadora maneira que a "Amada" ao ser questionada (In: Cântico dos Cânticos) "- Que tem o teu bem-amado a mais que os outros, ó mais bela das mulheres"? Apenas exclama: "... porque um só de seus olhares fora capaz de atrair-me".

Nenhum comentário:

Postar um comentário