sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

REFLEXÃO DE UM FILÓSOFO RECÉM-FORMADO


Se hoje mantenho os olhos fixos no “sem-rumo”; num futuro distante e quiçá distorcido, é porque durante um bom tempo, os mantive presos a algo que me roubou de mim e lançou-me frente ao meu nada, ao meu angustiante vazio e que me fez “desabrochar”, como um boto que sai de uma semente e que por sua vez, sai da terra.

Acredito que o amanhã é incógnita! O hoje é apenas o “instante”, o momento. O ontem foi e não-é. Do que passou, restam apenas as lembranças, amargas talvez! Lembranças de momentos que não voltam mais... Por mais que venha a saudade, por mais que surja a ânsia de re-viver, sabemos que é impossível.

Hoje caminho... sem rumo, quem sabe?! Experimentado a estranha sensação de que marco nas pessoas, essencialmente, aquilo o que elas desejam. Na verdade, penso que todas as relações humanas são pautadas na triste percepção do outro. Quando lançamos nossas vistas sobre alguém, sempre “projetamos” características nossas na outra pessoa. E esta é uma de nossas primeiras dificuldades: distinguir aquilo que no outro é nosso e aquilo que na verdade é dele.

Bem, o caminho mais perto de eu chegar até aqui, foi sem dúvidas as invariáveis sensações de perda e insucesso! Alguém um dia disse-me: “- sofrer faz bem!” E não é que hoje concordo! Entendo perfeitamente... o sofrimento atina justamente para necessidade de soerguermos de um estágio melancólico para um estágio de libertação. Libertação, por vezes, de uma conduta depressiva e depreciativa de nós mesmos. Às vezes passamos muito tempo querendo viver o tempo do outro e nos esquecemos de viver o nosso tempo. Que mania a nossa de querer pensar que o outro poderá nos completar! Que mania a nossa de pensar que o outro poderá reverter a situação e irá nos impelir à felicidade! Que mania triste a nossa em pensar que a solução dos nossos problemas está no outro! Não! Eu repito: não! Percebam, são os nossos problemas, isto é, é algo intrínseco e sendo assim, a “solução”, a “cura” para tais enfermidades encontra-se arraigado em nós mesmos.

Pensar que há um ano, nem imaginava que aqui iria chegar. Mas, a ação veemente e oportuna do tempo, trouxe-me aqui, numa noite, fria e quiçá tortuosa. Mas, o porquê de tudo isso? Para dizer que sempre que me depreendo sobre uma folha de papel para tecer alguma preleção, a mesma emana de minha alma e é, ao mesmo tempo, tortuosa a experiência que me faz exprimir no nada de um objeto o meu “tudo” momentâneo. Sem tantos conceitos e nem tampouco regras ou citações, busco, ao meu modo, refletir um pouco mais sobre a minha difícil dinâmica de existente e faltando-me apenas um mês e treze dias para a grande guinada em minha vida... apenas sonho, bendigo e elevo uma prece de louvor aos Céus: meu eterno obrigado! Se aqui cheguei, é porque me foi confiado muito mais...

Luiz Felipe P. de Melo.

Madrugada de 18 de dezembro de 2010.

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