
Lanço-me para fora do mundo
E num minuto eu vejo tudo!
Vejo os lugares por onde andei...
Vejo as paisagens ocultas que não contemplei...
Vejo jardins floridos longe de mim.
Contemplo uma aurora sem-igual,
O sol põe-se no centro,
E a lua, estremecida, ao seu lado.
Os ventos me levam...
Discorrem de mim coisas estranhas.
Num emaranhado de gente,
que ficou para trás...
De coisas que não me assombram mais.
A vida (curtida) passa distante,
Eu penso: e agora, o que me resta?
Resta-me, pois, os amores que semeei...
As profecias que preguei...
A bondade que fiz brotar em muitos corações...
Resta-me, ainda, o medo de enfrentar o novo!
Resta-me meus desvios de conduta!
Lanço o olhar para o alto
Na doce tentativa de alcançar-te.
Olhar-te nos olhos,
Chegar bem perto,
E, enfim dizer-te Tudo!
Nesse longíquos dezenove anos,
Tudo o que me alegrou;
E também o que me trouxe tristeza.
Tudo o que me dispersou
E me "ajuntou" a Vós.
Pobre de mim
Sofredor desiludido...
Meu passado já tão esquecido
É sombra de morte que se deixou apalpar...
Coisas do mundo não me encantam,
Eis que me jogo: tal como o rio ao mar.
Desertos efêmeros...
Garganta que arde,
Que queima sem cessar.
Meu mundo,
Meu tudo... Meu mar!
Sou vela
Que desbrava oceanos.
Sou navalha que corta a carne.
Sou o bendito de alguém,
A decepção de outrém!
Sou uma constelação,
Que me refaço e desfaço.
Sou o sopro do homem covarde.
Sou a dor da morte
Que arde!
Sou o soneto mais bonito.
Sou um desejo infinito.
Eu sou a língua que passa na carne!
Sou o calor
Que afasta-se do frio.
Sou o pornô...
Talvez um ator...
Ainda,
Quem sabe,
Tudo isso não passa de uma miragem!
Luiz FelipePereira de Melo. 31/01/2009.
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