sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Coisas de que somente eu falo!


Lanço-me para fora do mundo

E num minuto eu vejo tudo!

Vejo os lugares por onde andei...

Vejo as paisagens ocultas que não contemplei...

Vejo jardins floridos longe de mim.


Contemplo uma aurora sem-igual,

O sol põe-se no centro,

E a lua, estremecida, ao seu lado.

Os ventos me levam...

Discorrem de mim coisas estranhas.


Num emaranhado de gente,

que ficou para trás...

De coisas que não me assombram mais.

A vida (curtida) passa distante,

Eu penso: e agora, o que me resta?


Resta-me, pois, os amores que semeei...

As profecias que preguei...

A bondade que fiz brotar em muitos corações...

Resta-me, ainda, o medo de enfrentar o novo!

Resta-me meus desvios de conduta!


Lanço o olhar para o alto

Na doce tentativa de alcançar-te.

Olhar-te nos olhos,

Chegar bem perto,

E, enfim dizer-te Tudo!


Nesse longíquos dezenove anos,

Tudo o que me alegrou;

E também o que me trouxe tristeza.

Tudo o que me dispersou

E me "ajuntou" a Vós.


Pobre de mim

Sofredor desiludido...

Meu passado já tão esquecido

É sombra de morte que se deixou apalpar...

Coisas do mundo não me encantam,

Eis que me jogo: tal como o rio ao mar.


Desertos efêmeros...

Garganta que arde,

Que queima sem cessar.

Meu mundo,

Meu tudo... Meu mar!


Sou vela

Que desbrava oceanos.

Sou navalha que corta a carne.

Sou o bendito de alguém,

A decepção de outrém!


Sou uma constelação,

Que me refaço e desfaço.

Sou o sopro do homem covarde.

Sou a dor da morte

Que arde!


Sou o soneto mais bonito.

Sou um desejo infinito.

Eu sou a língua que passa na carne!

Sou o calor

Que afasta-se do frio.


Sou o pornô...

Talvez um ator...

Ainda,

Quem sabe,

Tudo isso não passa de uma miragem!


Luiz FelipePereira de Melo. 31/01/2009.

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