sábado, 14 de fevereiro de 2009

JESUS CURA E LIBERTA QUEM PADECE DE ENFERMIDADES...



No dia em celebramos e rememoramos a vitória de Cristo sobre a morte, também nós somos convidados a viver uma vida nova em Cristo Jesus; a morrer para o pecado e ressurgir em Jesus, o justo. É de se perceber que toda a liturgia da semana que passou - desde o último dia 08 do corrente mês - aponta-nos para a capacidade de cura que Jesus possui..

Tudo isso faz com que reflitamos sobre quem é Jesus em nossas vidas. O que queremos que Jesus nos faça? Desse modo, percebemos, por vezes, que a humanidade tende a fazer com que Ele seja somente mais um ameno para as nossa fragilidades. Jesus, sendo o Filho de Deus, inaugura, por assim dizer, um novo sentimento: a experiência da compaixão... Isto é, convida-nos a nos colocar no lugar do outro que padece, que sofre... Assim o fora com todos aqueles que O procuraram com fé. Jesus curou, cura e irá curar muitos ainda... Basta, tão somente, acreditar!

Todas as leituras desse domingo enfatizam com grande propriedade quem, na verdade e, como eram tratados os leprosos. Desde a Antiga Lei, com Moisés, havia uma forma específica e bastante discriminatória para com aqueles que padeciam de tal enfermidade... Os leprosos eram excluídos por completo da convivência social; eram reprimidos e tidos, sobretudo, como impuros, aos olhos de toda a sociedade judaica - e tudo isso era ratificado pelos sacerdotes. (cf. Lv. 13, 44) Sendo impuros, os mesmo deveriam se manter longe das cidades, diz-se também, que muitos andavam com uma espécie de chocalho para avisar que eles estavam por perto... Puro e arbitrário pré-conceito!

Como nos fala o evangelista são Marcos, aproximou-se de Jesus um destes e, prostrando-se, disse que sabia que Jesus poderia curá-lo. Nos narra, ainda que, Jesus prontamente e cheio de compaixão estendeu a mão sobre aquele homem e disse-lhe: "Eu quero: fique curado" (Mc.1, 41b). De imediato toda a lepra fora sanada e o homem que padecia fora curado. Jesus, ordenando-lhe com firmeza para que o mesmo nada contasse a ninguém e enviou-lhe ao sacerdote e, como um bom judeu pediu-lhe para que fizesse o sacrifício necessário... Aqui, podemos fazer um paralelismo com o Sacramento da Reconciliação, aqueles que padecem por conta do pecado, vão ao encontro dos sacerdotes (representantes de Cristo), sendo absolvidos (sanados de todas as patologias espirituais) e enviados a fazerem penitência sem nada a dizer a ninguém. Mas, diferentemente fez aquele homem... Por toda a parte saiu divulgando os feitos do Mestre e, sendo assim, depois de todos saberem que Jesus tinha o poder de curar tamanhas enfermidades, não mais O deixaram.

Ante toda essa narrativa podemos enfocar alguns pontos bastante significativos:

- Tanto o doente quanto Jesus foram infratores da Lei, pois, o doente ousou a se comunicar com Ele; Jesus, porque o tocou. Aquele ao invés de gritar como pedia a Lei, aproximou-se de Jesus crente de seu poder de cura e consequentemente de libertação. Jesus não o repreendeu, muito pelo contrário, como um judeu, demonstrara-se rebelde à tal lei, que excluía e fomentava na sociedade um desejo de falso-puritanismo...

- Jesus fora um transgressor, tal como o outro que padecia com a lepra... Aqui chamo à atenção para a nossa realidade, tantos e tantos ainda hoje, sofrem por causa do preconceito e da descriminação. Desse modo, poderíamos nos questionar sobre quais são as lepras que atingem a sociedade atual? E mais, quem são os mais excluídos do nosso tempo, pois, isso não fora apanágio para a época de Jesus. Atualmente muitos ainda são julgados pelas suas fragilidades humanas, quer seja por um deficiência - aos olhos humanos, pois, aos Olhos de Deus, todos somos iguais, quer seja por quaisquer patologias. Muitos talvez pela falta de conhecimento, mas, tantos por um puro preconceito que exclui e perjorativiza quem não faz parte de um ideal de saúde ainda tão vigente no mundo atual.

- Jesus fez-Se a cura para aquele que O procurou com fé... Todavia, convido-os a lançarem a vista sobre a humanidade atual. Muitos fazem de Jesus um curandeiro, dentro de uma sociedade altamente pragmatista, onde o que vale, o que importa é o instantâneo, o prático, o fácil, o rápido... Não querendo ofender aos nossos irmãos protestantes e, nem muito menos querendo ser anti-ecumênico, porém exortando-vos a observarem a realidade atual... Não é preciso muito para perceber que tantos e tantas fazem desse Jesus que se compadece das fragilidades nossas, mais um refúgio, mais um subsídio, mais um e só! Dentro de uma mentalidade própria da 'teologia emergencialista', fazem de Jesus uma espécie de Pronto de Socorro, indo ao Seu encontro somente quando padecem, quando estão a sofrer devido alguma doença ou enfermidade. Fazem do Filho de Deus um supermercado, vão a Ele quando dele necessitam e só... Buscam a Jesus quando sentem falta de algo, numa relação hedonista e ególatra. Isto é, vão até Jesus somente para satisfazerem seus próprios egos, as suas necessidades!

Repensemos, pois, a nossa atitude para com Deus, será que estamos fazendo Dele mais um ameno para os nossos lamentos? Ou, Ele verdadeiramente é e está sendo o centro de nossa existência? Repensemos a nossa forma de ser e agir... Para que, indo ao encontro Daquele que se compadece de nossas fragilidades, possamos com fé ser tocados pelo Seu infinito amor e misericórdia, porque, a Páscoa de Jesus verdadeiramente manifesta-se na vida daqueles e daquelas que possuem compaixão para com aqueles que sofrem e, sobretudo, empenham-se em devolver-lhes a saúde.

Que Jesus possa tocar em cada uma de nossas feridas, tornando-as dons gratuitos do Amor de Deus!!



Luiz Felipe P. de Melo.
Reflexão do 6º Domingo do Tempo Comum
15/02/2009.

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