quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Foto 3x4


Eu, diante de mim mesmo

Me vejo inacabado.

Lanço vista sobre minha aparência,

E noto quantas marcas eu possuo.

Pego-me a olhar para o

Meu triste e sombrio passado.

Vejo-me criança,

Indecisa e tão precocemente desvalida.

Vejo-me sorridente [talvez],

Só por alguns instantes.

Vejo-me insatisfeito [talvez],

Isso quase sempre.

Vejo-me louco [talvez],

Só aos olhos de alguns.

Vejo-me aborrecido,

Talvez por tudo aquilo que me falta.

Vejo que as pessoas que me cercam

Mudam constantemente suas vistas acerca do meu 'eu'.

- Seria possível elas mudarem

E, eu continuar o mesmo? [questiono-me]

- Creio que não! [plausivelmente eu respondo]

Olho mais para frente,

E vejo que de criança passei a ser gente.

Gente [talvez] como outra qualquer.

Que sonha, que sofre,

Que geme...

Que teme, que sente...

Gente que busca, que acha...

Que luta, que perde...

Gente que cai ao chão,

Ergue-se:

Que vence.

Gente que é jovem e que é velho,

Num misto de dúvidas e pensamentos.

De dor e alegria [estas, sempre tão presentes].

Vejo-me diante da sombra do que fui,

Lançando-me sobre a fissura do tempo,

Chegando ao meu desestruturado futuro...

Futuro, tal como o passado, que não é:

Aquilo que foi ou será.

Ser de mim mesmo a decisão

E a mudança.

Não me resta muito,

Pouco ou quase nada.

Sobre minhas trêmulas mãos

Estou a olhar a minha imagem.

A minha projeção de mim mesmo.

Vejo que nado sou...

Vejo-me fraco e forte.


Luiz Felipe P. de Melo.

Recife, 26 d fevereiro de 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário