Eu nunca serei o que os outros querem que eu seja. Nem tão pouco, farei aquilo que os outros esperam que eu faça, ou muito menos, aquilo que os outros esperam que eu seja. Não posso enganar-me; não posso combater as minha ânsias, os meus desejos... É de saber-se que sou um ser de vontades, movido intensamente por estas. Sou completamente passional; por vezes, instantâneo; momentâneo... Inexoravelmente uno. Sou, talvez, incomparável!
Eu nunca conseguirei realizar ninguém por completo, pois, tenho a compreensão que todos somos incompletos... Nem eu mesmo consigo realizar-me por completo. Mesmo tentando, eu sempre tenderei ao erro, porque somente em essência eu sou perfeito e não consigo com tanta clareza manifestar a perfeição aos que me cercam. Ninguém julga-me por aquilo que realizo de bom, mas, sempre por aquilo que deixei de fazer; por minhas fraquezas... É notório, que como qualquer ser humano, eu também sou um ser limitado, falho! Sou pequeno, frágil (de mais)!
Mesmo esforçando-me ao máximo, nunca saberei de tudo. Nunca poderei mentir ou ludibriar a mim mesmo... Nunca falarei de coisas que eu não sei somente para me destacar. Sou honesto comigo mesmo, não sou tão sábio a tal ponto que não deseje saber mais, que não mais leia, etsude, pesquise... Sei muito pouco ou quse nada. E, em se tratar da vida... Nada sei! Sei que vivo (e isso é tudo)... Sei também o quanto já sofri para chegar aonde cheguei. Talvez para uns nada fiz... Mas isso (na minha opinião) é fruto de um sentimento "indesejoso": a inveja! Abomino tal sentimento.
É fácil encontrar erros em mim; difícil é torná-los - aos olhos do coração - em virtudes. É muito bom escutar elogios verdadeiros; difícil é elogiar constante e sinceramente... Bom de mais é ser aceito, entendido, valorizado, respeitado... querido! Pena que tão poucos me veem com os olhos do coração... Somente me veem com os olhos de um racionalismo unilateral, arbitrário, preconceituoso. Como a vida passou a ser excludente!
Aprendi, com o passar do tempo, que em nossas defasadas relações humanas buscamos nos outros aquilo que não temos e aquilo que gostaríamos de possuir... É sempre assim, buscamos nos outros aquilo que não temos em-nós, aquilo que nos falta para a nossa realização antropológica. Mas, pobre de nós! Jamais encontraremos a perfeição que buscamos em nenhuma pessoa humana... Isso é antropomorfiso teológico. Só Deus contém em-Si toda a perfeição, toda magnitude e toda a beleza... Só Deus!!!
Luiz Felipe P. de Melo.
Recife, 27 de fevereiro de 2009.
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